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Noruega/ ataques

Atentados na Noruega eram planejados desde 2009

O homem apontado como responsável pelo massacre de pelo menos 93 pessoas em Oslo e Utoya, a 40 quilômetros da capital norueguesa, planejava os ataques desde 2009. Na sexta-feira, pouco antes de colocar bombas em frente à sede do governo do país e de abrir fogo contra um grupo de estudantes, ele publicou na internet um manifesto islamofóbico de 1,5 mil páginas.

Centenas de pessoas depositaram velas e flores em frente à catedral de Oslo, onde foi realizada uma cerimônia em homenagem às vítimas dos ataques de sexta-feira.
Centenas de pessoas depositaram velas e flores em frente à catedral de Oslo, onde foi realizada uma cerimônia em homenagem às vítimas dos ataques de sexta-feira. Reuters
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Anders Behring Breivik, que tem 32 anos e já foi membro do Partido do Progresso, de extrema-direita, afirmou ontem em um longo depoimento à polícia que cometeu os ataques sozinho. Ele qualificou os atos como “cruéis, mas necessários”, segundo seu advogado, Geir Lippestad. “Ele reconhece os fatos”, disse o defensor. “No seu espírito, ele pensa não ter feito nada de repreensível.”

No manifesto, redigido em inglês e intitulado “Declaração européia de independência – 2083”, Breivik afirma que “será percebido como o maior monstro jamais visto desde a Segunda Guerra mundial”. Ele se descreve como um salvador da Europa contra a invasão dos muçulmanos. No texto, preparado desde 2002, Breivik considera que “o uso do terrorismo é um meio de acordar as massas”.

A polícia norueguesa disse apenas que suspeito está “cooperativo” com as investigações, mas se recusou a falar sobre o estado emocional do homem. Baseados nos registros de autoria de Breivik e encontrados na internet, na sexta-feira os policiais o qualificaram como “fundamentalista cristão” e “de direita”.

Os investigadores apuram se ele contou com a colaboração de parceiros, já que várias testemunhas garantem ter visto disparos vindos de todos os lados quando a matança se iniciou, em Utoya. O tiroteio durou cerca de 1h30, conforme a polícia, depois que Breivik chegou ao local vestido de policial. Cerca de 600 jovens do Partido Trabalhista norueguês participavam de atividades na ilha. De acordo com os sobreviventes, ele atirou aleatoriamente nos jovens que se encontravam à sua frente, mas também em direção às barracas onde os participantes acampavam e nas pessoas que tentaram fugir a nado da ilha, ao perceberem o massacre.

Na manhã deste domingo, a polícia realizou uma operação a leste de Oslo, no bairro de Sletteloekka, em busca de possíveis colaboradores dos ataques. Seis pessoas foram detidas, mas soltas em seguida por falta de elementos conclusivos sobre a participação nos atentados. Nenhum explosivo foi localizado.

Polícia divulga novo balanço de vítimas

Nesta manhã, as autoridades atualizaram o balanço de vítimas: o número de mortes aumentou para 93, com a morte de um ferido grave, 97 pessoas ficaram feridas e uma quantidade ainda indeterminada está desaparecida. “Ainda há desaparecidos no bairro dos ministérios”, disse o delegado responsável pelo caso, Sveinung Sponheim, em coletiva de imprensa.

Ontem, a polícia havia informado que também havia cinco desaparecidos na ilha de Utoya. Entre os feridos, 67 estavam no encontro de jovens em Utoya e 30 foram atingidas pelas bombas que explodiram no prédio governamental. Se condenado, Breivik corre o risco de ficar preso por 21 anos, a pena máxima na Noruega.

Neste domingo, o primeiro-ministro do país, Jens Stoltenberg, afirmou que conhecia “várias” das vítimas dos ataques. Ao lado do rei Harald V e da família real, com quem dividiu a emoção pelas mortes, ele participou de uma homenagem às vítimas, na catedral de Oslo. A cerimônia contou com a presença de centenas de autoridades e pessoas comuns. “Nós somos um pequeno país, mas somos um povo orgulhoso. Jamais vamos abandonar nossos valores”, afirmou o premiê.
 

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