Com poucas contaminações, Síria produz cloroquina para combater coronavírus
O governo sírio fez a opção da cloroquina para cuidar das pessoas contaminadas pela Covid-19. Após nove anos de guerra, o sistema de saúde do país está à beira da falência e as autoridades decidiram apostar tudo no tratamento. Os laboratórios farmacêuticos estão produzindo o medicamento, mesmo se sua eficácia ainda é contestada.
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O médico Rachid al-Fayçal, instalado em Homs, no centro da Síria, trabalha com sua equipe para fornecer a cloroquina para quem precisar. Fundador e diretor do laboratório privado Ibn Hayan, ele se esforça para manter a atividade de sua empresa.
“Eu obtive a licença para produzir a cloroquina em 2016. No começo, servia para cuidar de outras doenças. Mas para produzir o medicamento é preciso importar sua molécula, o que, honestamente, é uma dor de cabeça. Por causa da guerra, o país está sob embargo. Estamos nos empenhando em garantir o fornecimento. Fabricar medicamentos é um dever. Estamos nos sacrificando para que os sírios possam ser tratados”, diz o médico.
Cloroquina divide comunidade científica mundial
O especialista está cercado por equipes dedicadas. Todos os integrantes se mantiveram firme na empreitada, mesmo no auge da guerra. Hoje, com suas tropas, esse doutor em farmacologia enfrenta a batalha contra o coronavírus, mesmo sem ter a certeza da eficácia do tratamento.
“A comunidade científica está dividida a respeito da cloroquina. Nós não fizemos aqui nenhuma pesquisa, apenas produzimos o medicamento seguindo o protocolo emitido pelo ministério da Saúde”, diz o especialista.
No total, seis laboratórios na Síria estão autorizados a produzir a cloroquina de maneira a responder às necessidades do mercado, diz Rachid al-Fayçal. Oficialmente, segundo as autoridades sírias, o país foi pouco atingido pelo coronavírus, com apenas 47 casos de contaminação e três mortes.
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