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Crise do coronavírus provoca mudanças até nos queijos franceses

Internacionalmente conhecida pela produção de queijos, a França tem regras estritas para a produção de 45 dos tipos de queijos do país. As normas, no entanto, foram alteradas pelo governo francês neste domingo (19) para enfrentar as condições excepcionais criadas pela crise do coronavírus.

Governo francês publicou neste domingo (19) regras excepcionais para a produção de queijos durante a crise do coronavírus.
Governo francês publicou neste domingo (19) regras excepcionais para a produção de queijos durante a crise do coronavírus. © iStock
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Para receber a certificação AOP (Denominação de Origem Protegida), os queijos do país precisam seguir à risca um manual que determina o local de produção, a matéria-prima, a forma como é feito o queijo, a temperatura de conservação e o tempo de secagem, entre tantos outros detalhes. A certificação permite que o produto seja vendido usando o nome controlado, mais valorizado no mercado. Fazem parte desta seleta lista o Camembert da Normandia, o Roquefort, o Brie de Meaux ou o Reblochon, entre outras dezenas de tipos.

O governo francês, no entanto, abriu uma exceção e mudou detalhes de produção de alguns dos seus queijos controlados: bleu d’Auvergne, Comté, fourme d’Ambert e Saint Nectaire. As alterações foram publicadas no diário oficial.

A partir de agora, as fazendas poderão estocar por mais tempo o leite que produzirá o queijo azul de Auvergne (de 48 horas, o limite passou a 60h) e o queijo poderá ser conservado em temperaturas mais baixas que o normal (até – 5°C em lugar de 0°C).

No caso do Saint Nectaire, os queijos terão um prazo de venda um pouco maior após serem congelados. E para o Comté, além de poder estocar por mais tempo o leite, a distribuição dos pedaços de queijo poderá ser feita até cinco dias após seu corte –antes o prazo era de apenas dois dias.

As novas regras ficarão em vigor por 30 dias após o final do período de confinamento nacional, atualmente previsto para 11 de maio.

Logística difícil e queda na venda

As alterações foram feitas para responder a pedidos da indústria de laticínios, duramente afetada pelo confinamento nacional para controle da propagação do coronavírus. Desde março, os produtores enfrentam dificuldades para vender e distribuir seus produtos, uma vez que o governo do país fechou feiras, restaurantes e cafés, além de impedir o trabalho de todos os comércios que não são considerados essenciais.

Com todas as mudanças, a indústria tem lidado com atrasos na produção e na entrega de produtos, além da queda importante na venda de seus queijos.

 

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