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A Semana na Imprensa

Alejandro González Iñárritu é a estrela da imprensa francesa

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Grande favorito para o Oscar com 12 indicações, O Regresso (The Revenant) chega aos cinemas da França em 24 de fevereiro. A estreia do filme, que já está em cartaz no Brasil, foi a ocasião para a imprensa francesa saudar a carreira do cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu, que monopolizou as páginas das revistas semanais do país.

A direção de Alejandro González Iñárritu em O Regresso é saudada pela imprensa francesa.
A direção de Alejandro González Iñárritu em O Regresso é saudada pela imprensa francesa. Le Monde / Twentieth Century Fox Film Corporation
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As revistas francesas são unânimes: a estreia de O Regresso é não apenas um dos principais eventos da atualidade cinematográfica desse começo de ano, mas também mais uma prova do talento de Iñárritu. O diretor mexicano de 52 anos, que já havia conquistado o público com obras com 21 gramas e Babel, mostra mais uma vez que “foi adotado por Hollywood”, como ressalta a revista L’Obs. A publicação fala do novo do filme como “uma saga grandiosa” que, apesar das 2h46 de duração, consegue manter a “tensão constante”, graças a uma “direção rigorosa”.

Já a revistaL’Express vê o mexicano como “um cineasta superdotado”, apesar de seus caprichos. A publicação lembra, por exemplo, que uma das exigências do diretor é filmar apenas em cenários naturais. No caso de O Regresso, isso custou US$ 50 milhões de dólares a mais no orçamento, já que, por causa da falta de neve, a produção teve que acrescentar uma semana de filmagens na Patagônia. No entanto, frisa a revista, “sem diretores como ele, a situação do cinema americano seria desesperadora”, já que os estúdios de Hollywood raramente se comprometem com projetos que saem um pouco da norma.

Essa opinião compartilhada pelo próprio cineasta, que declarou para a revista francesa que “o cinema americano é cada vez menos um meio de expressão pessoal” para os diretores. Dessa forma, “quando um cineasta consegue impor seu estilo por meio de uma superprodução que não tem cara de pré-fabricada, isso pode ser visto como um verdadeiro acontecimento”, analisa L’Express.

Iñárritu também estampa a capa da revista M do jornal Le Monde, traz uma reportagem de sete páginas, intitulada “O cineasta do além”, na qual se interessa pela obsessão do mexicano pela morte, tema onipresente em seus filmes. “O assunto, que em um determinado momento representava um medo abstrato para o diretor, se tornou realidade quando, há dez anos, ele perdeu seu filho, morto dois dias após o nascimento”, tenta explicar a revista. A reportagem lembra, por exemplo, que o casal interpretado por Brad Pitt e Cate Blanchett, em Babel, tinha em comum o fato de terem perdido um bebê.

A reportagem também aborda a relação de Iñárritu com o México, que ele deixou em 2001, depois que sua mãe foi agredida e seu pais sequestrado. A revista questiona se, ao se instalar nos Estados Unidos, Iñárritu não vendeu sua alma ao vizinho americano. Mas o cineasta retruca: “Um mexicano não precisa ir até Hollywood para vender sua alma ao diabo. Ele pode fazer isso sem sair de casa. Quando você sobreviveu em um país como o México, pode sobreviver a tudo”, comenta o diretor a revista M.

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