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Meio ambiente

COP21: compromissos até agora gerariam aquecimento de 2.7°C

Os compromissos assumidos até agora pelos países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa gerariam um aumento da temperatura do planeta de “até 3°C, provavelmente 2.7°C” em 2100. Essa é uma das conclusões de um relatório divulgado nesta sexta-feira (30) pela ONU. A entidade advertiu que, na Conferência do Clima de Paris (COP21), será necessário prever mecanismos de revisão periódica das metas nacionais dos países para que o aquecimento global se limite a 2°C, como defendem os climatologistas.

Christiana Figueres, secretária-geral da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Christiana Figueres, secretária-geral da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC). CMNUCC
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O recado é claro: as propostas que estão sobre a mesa são insuficientes, mas ainda é possível reverter a situação ao longo das próximas décadas. A secretária-geral da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC), Christiana Figueres, revelou nesta manhã, em Berlim, um balanço das promessas feitas até agora pelos países para reduzir emissões de CO2, as chamadas INDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas).

Ela disse que 147 participantes já apresentaram as suas propostas, ou seja, 80% dos países que virão à capital francesa para a Conferência de Paris. O evento começa em um mês, no dia 30 de novembro.

A definição de uma estratégia internacional para limitar o aumento da temperatura do planeta é o principal objetivo da COP21. “Reduções muito maiores de emissões de gases de efeito estufa serão necessárias nos próximos anos” para respeitar a meta de 2°C, adverte o documento. Figueres observou que, sem as INDCs, o mundo provavelmente sofreria um aumento da temperatura de pelo menos 4°C até o final do século.

Recorde de promessas

A secretária-geral declarou que todos os países industrializados apresentaram as suas propostas, um marco histórico em relação a conferências anteriores. Entre os países em desenvolvimento, 75% já se comprometeram com planos nacionais, o que também é um recorde. “Um esforço sem precedentes está em curso”, diz o texto.

Por isso, a secretária-geral demonstrou otimismo quanto ao sucesso da Conferência de Paris. Ela afirmou ter certeza de que haverá um acordo internacional em defesa do clima.

“Estou confiante de que essas INDCs não são a última etapa do que os países estão prontos para fazer e cumprir ao longo do tempo. O caminho de um futuro mais seguro para o clima está aberto e o acordo que será fechado em Paris pode confirmar e catalisar essa transição”, frisou.

Figueres destacou que, de uma maneira geral, os governos estão mais ambiciosos para limitar a poluição e promover a transição para uma economia de baixo carbono. Ela citou o caso do Brasil, que planeja reduzir em 43% as suas emissões até 2030.

Alerta sobre o pico de poluição

O relatório indica, no entanto, que o ritmo de emissões de CO2 no mundo deve seguir em alta nos próximos 15 anos, um ponto considerado preocupante por especialistas. Os maiores poluidores do planeta são a China (25%), os Estados Unidos (15%), a União Europeia (10%), a Índia (6%) e a Rússia (5%).

Desde a era pré-industrial, a temperatura do planeta já subiu 0,8°C, mas a trajetória do aquecimento está acelerada, principalmente devido à poluição gerada pela queima de energias fósseis, como o carvão. Segundo os especialistas, as mudanças climáticas vão provocar o aumento dos fenômenos meteorológicos extremos, como tufões, e ameaçam a sobrevivência de diversas espécies da fauna e da flora.

 

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