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Imprensa

Putin em Paris: imprensa francesa questiona estratégia russa na Síria

A visita de Vladimir Putin nesta sexta-feira (2) a Paris, para participar de uma cúpula de consolidação da paz na Ucrânia, leva os jornais a analisar a estratégia do presidente russo ante o Ocidente. O tom varia de um jornal para outro, mas todos têm em vista que Putin, punido pelo conflito na Ucrânia, quer mostrar por meio da intervenção na Síria que a Rússia é um país imprescindível à segurança internacional.

Francois Hollande (direita) recebe Vladimir Putin em Pari.
Francois Hollande (direita) recebe Vladimir Putin em Pari. REUTERS/Regis Duvignau
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O jornal de esquerda Libération questiona qual é a estratégia de Putin na Síria e responde, por meio de entrevistas com especialistas, que "Moscou tenta irritar Washington se apresentando como uma potência influente e dinâmica, preparada para dirigir uma grande coalizão contra o terrorismo".

Porém, segundo a maioria dos analistas ouvidos pelo Libération, uma aliança entre americanos e russos para combater o jihadismo internacional não tem a menor chance de sair do papel. Libération escreve que entre as duas potências "não existe a mínima confiança mútua". A aventura militar que a Rússia decidiu enfrentar na Síria, uma região do mundo onde o país esteve ausente nos últimos 20 anos, é arriscada e fonte de preocupação, avalia um dos especialistas ouvidos pelo diário.

O jornal conservador Le Figaro informa que o Irã planeja aumentar o número de homens envolvidos nas batalhas terrestres contra os rebeldes sírios, deixando para a Rússia a campanha aérea. Teerã, outro aliado de Damasco, defende o regime do presidente Bashar al-Assad enviando ao país combatentes da milícia xiita radical libanesa Hezbollah e estrategistas da Guarda Revolucionária Islâmica.

Síria é cenário de cinco guerras

Em um texto didático sobre os conflitos no Oriente Médio, Le Figaro mostra que a Síria se transformou no palco de cinco guerras, "um quebra-cabeças diplomático e militar sem precedentes".

Existe a guerra civil original, que opõe rebeldes ao regime. Uma guerra religiosa entre correntes muçulmanas, que se radicalizou e atualmente escapa ao controle das monarquias sunitas do Golfo e da Turquia. Uma terceira guerra de disputa da liderança regional entre o Irã, de maioria xiita, e a Arábia Saudita, de tradição sunita. Uma quarta guerra provocada pela ascensão da organização ultrarradical Estado Islâmico, originária da desestabilização do Iraque. E, por fim, uma série de conflitos adjacentes, entre eles os que opõem turcos e curdos, ocidentais e russos, ocidentais e iranianos.

Nunca o Oriente Médio esteve mergulhado em rivalidades tão complexas, considera Le Figaro.

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