Todos os anos o Festival Biarritz América Latina tem um país convidado. Nesta edição de 2015 o Equador foi o escolhido. Ainda engatinhando na Sétima Arte em relação a outros vizinhos, inclusive o Brasil, o Equador trouxe para o público europeu o sabor de sua diversidade.
Marc Bonduel, o diretor do festival, elogia a produção regional e reforça a importância do cinema equatoriano que, para ele, vai conquistando o seu espaço.
"Esta edição do festival vai apresentar uma seleção reforçada porque o cinema latino-americano atual está em plena evolução e temos uma escolha cada vez maior entre os filmes produzidos na região; automaticamente, as seleções são cada vez mais apaixonantes e interessantes", observa Bonduel, satisfeito com a escolha da nação homenageada neste ano.
"Decidimos nos focar no Equador. Fizemos um grande trabalho indo lá para descobrir filmes, documentários… ", informa o diretor.
Para Bonduel o Festival Biarritz tem, desde o seu começo, a vocação de apoiar o cinema. " E posso dizer que poucas pessoas sabiam que havia um cinema equatoriano, mas graças ao Festival de Biarritz deste ano, todo mundo vai saber....", conclui, com orgulho, este grande defensor da Sétima Arte.
Equador e sua diversidade
O cineasta Juan Martin Cueva é o diretor do Centro Nacional de Cinematografia do Equador. Ele explica primeiro o funcionamento do cinema no pais. "O Equador tem uma lei de fomento ao cinema há apenas dez anos e essa lei instituiu um instrumento de produção cinematográfica ; e graças a esse apoio temos podido investir recursos públicos em produções, desde 2007. Então, nesses oito anos fizemos centenas de filmes…. Longas, curtas, telefilmes, documentários, ficções de todos os tipos. E hoje temos uma filmografia bastante fortalecida", explica Juan Martin, destacando que é muito importante esse tipo de convite como o de Biarritz, "porque sabemos que temos uma história cinematográfica pequena e sabemos que temos vizinhos na América Latina que têm uma produção muito mais forte".
Juan Martin acha interessante que espaços como o Festival de Biarritz se interessem, tenham curiosidade por
países com produções menores. "Sabemos que temos certas fragilidades mas temos uma fortaleza que é a nossa diversidade. Nosso cinema, apesar de não termos muitos produções por ano, é muito variado, temos todo o tipo de filmes, temas, formatos, gêneros e produções, das pequenas às maiores", ele diz.
Mil faces de um cinema em ascensão
O cineasta explica que, basicamente trouxe à Biarritz a diversidade do cinema equatoriano, por isso não há uma linha temática nem filmes inéditos. Tem um pouco de tudo, filmes com dez anos e outros recentes; filmes que fizeram muito sucesso de bilheteria em salas e outros mais autorais, que circularam em festivais, ganharam prêmios aqui em Biarritz. Ele cita como exemplos o longa "Abuelos", melhor documentário em 2011 ou "Quando me toque a mí ", que levou o prêmio de melhor ator em 2006. "Esse ator, Manuel Calixto, morreu logo depois, e queríamos, projetando de novo o seu trabalho nessa mostra, fazer uma homenagem a Manuel, uma presença que faz muita falta no cinema equatoriano", diz Juan Martin, emocionado.
Além de filmes e documentários, o Equador também mostra outros aspectos de sua cultura com um ciclo de conferências sobre politica e meio ambiente e duas exposições de fotografias e Artes Plásticas
Veja o vídeo do filme equatoriano "Feriado", de Diego Araujo
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro