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Reações sobre boneco inflável de Lula revelam divisão no Brasil, diz Les Echos

O diário francês Les Echos dedicou um artigo em sua edição desta segunda-feira (7) sobre a polêmica em torno do boneco inflável representando ex-presidente Lula como presidiário. Segundo o jornal, os episódios de violência por causa do boneco revelam a "dimensão da divisão existente no país", que passa por um momento difícil na política e na economia, além de uma crise de liderança.

O boneco inflável de Lula vestido de presidiário, apelidado de Pixuleko.
O boneco inflável de Lula vestido de presidiário, apelidado de Pixuleko. REUTERS/Paulo Whitaker

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Com certo exagero, Le Echos afirma que os brasileiros entram em conflito sobre o boneco representando Lula, que "ainda suscita muitas reações passionais no país". Apesar de estar longe do poder desde que Dilma Rousseff tomou posse, o ex-presidente virou alvo dos manifestantes que acusam o governo de incompetência e práticas envolvidas com corrupção.

"Incansável Lula", escreve o diário sobre o ex-presidente, caricaturado por adversários do governo durante recentes manifestações como um boneco gigante vestido como prisioneiro. O diário francês conta que o boneco inflável de 100 kg, confeccionado em São Paulo, percorreu 1.200 km de ônibus e foi levado “em segredo” para um protesto em Brasília. O "Lula inflável" fez tanto sucesso que agora percorre várias capitais do Brasil "como uma estrela de rock em uma verdadeira turnê", diz o artigo.

No entanto, relata o jornal, a audácia dos manifestantes anti-Lula foi interpretada como uma provocação pelos militantes de esquerda, o que resultou em confrontos. No momento em que o Brasil atravessa graves crises (econômica, política e escândalos de corrupção na Petrobras), representar Lula como prisioneiro é "atacar um verdadeiro símbolo, muita vezes considerado intocável no exterior", escreve Les Echos.

Falta de "leadership"

Para o diário francês, a situação revela a divisão atual do Brasil, no momento em que a economia naufraga. Além disso, o país vive uma crise que os analistas políticos apontam como falta de "leadership", ou seja, de uma verdadeira liderança política.

É neste contexto que Lula não descarta voltar à cena política em 2018, o que ele já admitiu publicamente, "se julgar necessário", escreve Les Echos. "Assim como a natureza, a política tem horror a vazios", conclui o jornal francês.
 

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