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Reportagem

Para analistas, eleitor britânico pode ter mudado voto na última hora

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As pesquisas de opinião previam um embate difícil e de resultado imprevisível para as eleições gerais no Reino Unido. Mas o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, não só ganhou com folga, como também conquistou a maioria no Parlamento. Analistas britânicos apontam falhas dos institutos de pesquisa.

O primeiro-ministro David Cameron.
O primeiro-ministro David Cameron. REUTERS/Toby Melville
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“Foi um erro muito grande das sondagens”, diz Timothy Power, professor de Ciência Política da Universidade de Oxford, no Reino Unido. “Como a sondagem é a fotografia de um momento, pode ter havido volatilidade do eleitorado, que teria resolvido votar em Cameron nas últimas 48, 72 horas, como o que aconteceu no Brasil em outubro, quando Aécio Neves tirava um milhão de votos de Marina Silva por dia na última semana”, acrescenta Power.

“Pelo jeito, houve muito o que as pessoas chamam de ‘conservadores tímidos’, pessoas que iam votar nos conservadores, mas não revelavam o voto”, diz Tony Travers, pesquisador da London School of Economics. Ele também aponta para o deslize das sondagens: “Se isso for verdade, os institutos de pesquisas vão ter que reformular muito bem as perguntas a partir de agora”.

Futuro trabalhista

Enquanto a vitória foi gloriosa para os conservadores, os trabalhistas amargam uma derrota humilhante. Ed Milliband foi reeleito em Doncaster, no norte da Inglaterra, mas renunciou à liderança do Labour. “O desafio dos trabalhistas agora é encontrar um caminho para reconstruir o partido, um papel para desempenhar a fim de ter chances nas próximas eleições”, diz Simon Usherwood, da Universidade de Surrey. “Pode ser uma mudança em direção ao centro, como o trabalhista Tony Blair fez nos anos 90, ou uma virada em direção à esquerda, para reforçar a base eleitoral”, completa.

Em relação ao novo gabinete, Timothy Power observa que enquanto o governo anterior era formado com participação dos liberais democratas, o próximo será composto por um partido único. “Muitos acham que isso vai dar mais poder à direita anti-Europa e isso pode dificultar as coisas para Cameron, que prometeu um referendo até 2017 sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia”.
 

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