Conferência sobre Segurança em Munique vai discutir guerras e terrorismo
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A partir desta sexta-feira (6), será realizada no sul da Alemanha a Conferência de Segurança de Munique. O evento internacional, que vai até domingo (8), reunirá na capital do estado da Baviera políticos de segurança, militares e também chefes de Estado e de governo de cerca de 20 países, além de ministros da Defesa e do Exterior de 60 nações. O encontro se tornou um dos mais importantes fóruns sobre segurança no mundo.
Marcio Damasceno, correspondente da RFI Brasil na Alemanha
Sem dúvida, a crise da Ucrânia deve ser um dos assuntos mais presentes neste encontro, que se realiza pela 51 vez, e que vai até domingo, sob a batuta da chanceler Angela Merkel. Entre as personalidades que confirmaram presença está o presidente da Ucrania, Petro Poroshenko e o ministro do Exterior da Rússia Sergei Lavrov. È esperado que algum tipo de conversa haja entre eles e até que, talvez, haja alguma notícia que dê esperança para que seja achada uma solução pacífica para o conflito no leste da Ucrânia. Além disso, são esperados também o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o secretário de Estado americano, John Kerry.
Outro destaque também deve ser o Irã. Há expectativas de que, paralelamente à conferência, ocorram negociações a respeito do programa nuclear iraniano. O ministro do Exterior iraniano, Mohamed Jawad Sarif, deverá se encontrar com seus colegas das cinco potências mundiais com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, mais o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.
A crise no Oriente Médio, incluindo a ameaça dos extremistas do grupo radical Estado Islâmico também vai ser abordada, principalmente depois da execução do piloto de caça jordaniano, capturado e morto de forma brutal pelo Estado Islâmico, que provocou revolta no mundo muçulmano e que pode provocar uma nova dinâmica na crise da região.
Mais militarização do que paz
Essa conferência de segurança consegue sempre atrair muitos líderes mundiais a Munique, mas alguns críticos acusam o encontro de incentivar mais a militarização do que a paz no mundo.Essa crítica existe e uma recente declaração do presidente da Conferência, Wolfgang Ischinger, parece infelizmente reforçar essa ideia. Em entrevista à rede de televisão estatal alemã ZDF, Ischinger defendeu que seja anunciado um possível envio de armas à Ucrânia para ajudar o governo do país. Ele defendeu a medida como um meio de pressionar o governo russo a influenciar os separatistas pró-Rússia na Ucrânia, uma pressão militar para poder forçar a paz.
Terrorismo
A ameaça do radicalismo islâmico é algo que preocupa bastante o mundo ocidental atualmente e, por isso, logicamente não ficará fora deste fórum de discussão de assuntos ligados à Defesa. Inclusive, a segurança do próprio evento, realizado num hotel de Munique, foi reforçada este ano justamente por causa disso. Cerca de 3.600 policiais deverão estar fazendo a segurança da conferência. Os arredores do hotel estão totalmente cercados e o trânsito proibido na área.
A segurança visa não só proteger de possíveis atentados terroristas, como também evitar que manifestantes contrários ao evento atrapalhem a realização do encontro. Ativistas estão agendando passeata para protestar contra a indústria bélica.
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