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França/Política

Prefeitos aproveitam férias de verão para decretar medidas demagógicas, diz Libération

O progressista Libération denuncia os prefeitos que se aproveitam das férias de verão na França para decretar medidas "tão demagógicas quanto ilegais, contra os jovens, as prostitutas ou os mendigos".

Capa dos jornais franceses La Croix, Libération, Le Figaro, Les Echos e Aujourd'hui en France desta segunda-feira, 11 de agosto de 2014.
Capa dos jornais franceses La Croix, Libération, Le Figaro, Les Echos e Aujourd'hui en France desta segunda-feira, 11 de agosto de 2014. Reprodução
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O jornal explica não são só os prefeitos da extrema-direita que dificultam a vida dos mais pobres e dos estrangeiros. Esse "abuso de poder", nas palavras de Libération, teria por objetivo seduzir um eleitorado cada vez mais de direita.

Segundo o diário, o avanço do partido Frente Nacional, de extrema-direita, nas eleições municipais deste ano reforçou a tendência dos prefeitos de todos os partidos de decretarem soluções "tão simplistas quanto ineficazes", como um toque de recolher para os menores de idade, a proibição de pendurar a roupa para secar na janela ou de fumar nos jardins públicos.

Outras decisões punem os mendigos que pedem esmola, vistos como um entrave ao turismo, ou anulam a construção de alojamentos para famílias pobres em bairros prestigiosos. O jornal se pergunta como esses abusos podem ser controlados e limitados. De acordo com um especialista entrevistado por Libération, os poderes dos prefeitos aumentaram com o processo de descentralização administrativa na França.

Guerra no Iraque

Le Figaro dedica sua manchete à política externa francesa. O diário conservador informa que o chanceler francês, Laurent Fabius, viajou para Erbil, capital do Curdistão iraquiano, com um primeiro carregamento de ajuda humanitária. Mas a França exclui por enquanto qualquer intervenção militar.

Em seu editorial, Le Figaro nota que a coalizão internacional que os americanos não conseguiram organizar antes de invadir o Iraque em 2003 está se formando agora espontaneamente, para levar socorro aos cristãos e à minoria Yazidi que fogem diante do avanço dos jihadistas no norte do país. O jornal afirma que "a coerência da posição francesa" decorre de seu papel histórico de "protetora dos cristãos" do Oriente Médio e de sua proximidade com os curdos.

Para Le Figaro, trata-se de uma nova guerra que está começando no Iraque e a questão de uma intervenção armada francesa terá que ser estudada. O jornal afirma ainda que a situação na Ucrânia limita a margem de manobra dos ocidentais no Iraque, pois Putin também fala em operação humanitária para justificar sua ajuda aos separatistas de Donetsk, no leste ucraniano.

Cocaína

O tabloide popular Aujourd'hui en France traz uma reportagem sobre o uso de cocaína pelos caminhoneiros nas estradas francesas. No final de julho, um acidente com um caminhão deixou cinco mortos. Um teste mostrou que o motorista havia usado cocaína.

Embora não haja estatísticas confiáveis para medir a extensão do fenômeno, o jornal aponta que os profissionais do setor usam cada vez mais esse tipo de droga, sobretudo os mais jovens.

Tanto que é cada vez mais frequente que as empresas de transporte utilizem testes de saliva para detectar o uso de drogas por seus funcionários. Essas análises, no entanto, ainda são tabu. Eles são muito contestados pelos sindicatos, que alegam violação da privacidade. Já a legislação é vaga: realizar testes com os motoristas não é autorizado mas também não é proibido. O diário também entrevistou caminhoneiros que confirmam um aumento no uso da cocaína.

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