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Linha Direta

Irã e potências ocidentais correm para fechar acordo nuclear até julho

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As conversas para resolver de vez o impasse sobre o programa nuclear iraniano recomeçam nesta terça-feira em Viena, capital da Áustria. De um lado, estará a comitiva do Irã. Do outro, representantes das seis maiores potências globais: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha.

O ministro persa das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, e a Chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, durante rodada de negociações em Viena. 8 de abril de 2014.
O ministro persa das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, e a Chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, durante rodada de negociações em Viena. 8 de abril de 2014. REUTERS/Heinz-Peter Bader
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O objetivo é definir as próximas etapas de um acordo nuclear provisório que foi assinado em janeiro e vale até o mês de julho. Muitos diplomatas e analistas avaliam que as conversas em andamento representam a melhor oportunidade, até agora, para evitar uma guerra contra o Irã.

Depois da decisão política de buscar um acordo, todos os países envolvidos parecem ter boa vontade em cumprir o acordo. Na segunda feira (7), o Irã disse que os contornos de um acordo definitivo serão definidos até o fim de maio. Fontes do governo americano confirmaram a previsão.

Essa boa vontade aparente deixa claro que todos os países envolvidos têm razões para baixar a pressão. O Irã, obviamente, quer evitar um ataque e revigorar seu comércio exterior. Para os ocidentais, normalizar as relações com o Irã pode ser útil na busca por uma solução em crises como a Síria e o Iraque. Além disso, o fim das sanções abre grandes oportunidades de negócios com o Irã que possui enormes reservas de petróleo e gás e um mercado interno de 77 milhões de pessoas.

Gestos iranianos

O Irã já reduziu drasticamente o volume de seu programa nuclear e está aceitando um monitoramento mais intrusivo por parte dos inspetores da ONU. Teerã deixou claro que não medirá esforços para tranquilizar os ocidentais e mostrar que não quer a bomba atômica. As potências levantaram algumas sanções econômicas contra os iranianos e começaram os trâmites para transferir a Teerã alguns bilhões de dólares que estavam bloqueados em bancos no exterior.

Todas essas concessões fazem parte do histórico acordo interino assinado em janeiro.Mas este acordo vence em julho deste ano e, agora, a prioridade é definir os contornos de um pacto definitivo.

Negociações

As negociações estão numa fase de muita discussão técnica e com minúcias de engenharia nuclear extremamente complicadas. E é interessante constatar que as partes andam divulgando pouca informação a esse respeito. Mesmo assim, existem alguns indícios. Uma das questões mais delicadas envolve as centrífugas que o Irã usa para enriquecer o urânio, um material capaz de gerar uma bomba nuclear. Como parte do pacto provisório, o Irã já desligou parte das centrífugas, mas as potências querem o desmantelamento definitivo de algumas máquinas.

Outro tema em debate é o reator de água pesada que o Irã está construindo na cidade de Arak. Países ocidentais exigem que a obra seja suspensa já que o reator poderia, em tese, ser usado na fabricação de uma bomba atômica de plutônio. O Irã descarta interromper a construção, mas afirma que poderá fazer ajustes para dar mais garantias de que o equipamento será usado apenas para fins medicinais. Mas os iranianos exigem que os ocidentais acelerem o alívio das sanções. Até agora, a suspensão das punições ao Irã foi modesta.
 

Ouça a análise completa do correspondente da Folha de S.Paulo em Teerã, Samy Adghirni, em participação especial para a RFI.

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