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Linha Direta

Grande Barreira de Corais da Austrália é ameaçada por expansão de porto de carvão

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A maior e mais rica reserva de corais do planeta, em Queensland, na Austrália, está ameaçada. O governo da região aprovou o despejo de três milhões de metros cúbicos de resíduos nas águas do parque marítimo - uma ação que faz parte do plano de expansão do porto de carvão australiano de Abbot Point. A decisão enfureceu os ambientalistas que descrevem o plano como “devastador”. A correspondente da RFI em Melbourne, Luciana Fraguas, relata os detalhes desta controversa operação.

Vista aérea da Grande Barreira de Corais, em Queensland, na Austrália.
Vista aérea da Grande Barreira de Corais, em Queensland, na Austrália. Wikimedia/Creative Commons
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O governo de Queensland, região a qual pertence a barreira de corais e o porto de Abbot Point, quer aumentar para 70 milhões de toneladas a quantidade de carvão que, por ano, passará pelo local. De acordo com a administração da região, o projeto deverá resultar em um lucro equivalente a 8,7 milhões de reais e, segundo o governo, criará mais de 15 mil postos de trabalho. A ampliação vai transformar o porto de Abott Point no maior porto de carvão do mundo.

“O governo alega que o despejo será feito na área perto da costa e longe dos corais e que a barreira não será afetada”, conta a correspondente da RFI em Melbourne. Segundo o premiê de Queensland, Campbell Newman, seu governo pretende proteger o meio ambiente, mas não às custas do Estado. “Nós estamos no negócio do carvão. Quem quiser hospitais decentes, escolas e segurança tem que entender isso”, afirmou Newman.

Projeto

De acordo com os planos de expansão, as construtoras aumentarão o canal marítimo que dá acesso ao porto. Para isso, será necessário retirar milhões de metros cúbicos de solo composto por lodo, argila e lama.

“O risco de impacto ambiental é imenso. A argila, por exemplo, demora para afundar e pode flutuar na água por muito tempo”, avalia Luciana Fraguas. A jornalista ressalta que as partículas de argila bloqueiam a luz solar fundamental para a sobrevivência dos corais.

Além deste problema, há também o risco de que os sedimentos possam sufocar os corais e a vegetação marinha. O trânsito de navios no porto também aumentaria o risco de acidentes, como derramamento de óleo e colisões com as delicadas camas de corais.

Patrimônio mundial em risco

Um recente relatório da Unesco expressou grande preocupação com construções próximas aos recifes. A entidade alertou que a Grande Barreira de Corais poderá entrar na lista de patrimônios mundiais em risco.

“O governo está tentando conter a má repercussão do caso, que pode causar grande impacto no turismo local, e entregou um relatório a Unesco um dia depois do anúncio da decisão de despejar sedimentos, lodo e lama na região dos corais”, diz a correspondente.

Já o relatório do governo australiano às Nações Unidas alega que a poluição resultante da operação no porto será mínima. Para a administração de Queensland, as mudanças climáticas globais afetariam mais os corais do que o projeto de Abott Point.

Sete maravilhas do planeta

A Grande Barreira de Corais é considerada uma das sete maravilhas do planeta. Ela é composta por cerca de 3 mil corais e serve de habitat para mais de 1,6 mil espécies de peixe. O patrimônio da Unesco ocupa uma área de 340 mil quilômetros quadrados e é tão grande que pode ser vista do espaço.

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