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Fato em Foco

Ano teve menos jornalistas mortos, mas mais agressões e sequestros

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Guerras, conflitos políticos, violência urbana, ditaduras. Todas estas circunstâncias fizeram com que o ano fosse delicado para centenas de jornalistas nos cinco cantos do mundo. Oficialmente, 2.160 casos de agressões contra profissionais de imprensa foram registrados pela organização Repórteres Sem Fronteiras, mas este número, fechado em meados de dezembro, certamente é maior. Ainda na semana passada uma jornalista ucraniana teve o rosto desfigurado por dois homens, em mais uma prova de que desafiar poderes com a informação livre pode ser uma atividade perigosa.

A morte de Ghislaine Dupont e Claude Verlon teria sido uma resposta à presença militar francesa no Mali.
A morte de Ghislaine Dupont e Claude Verlon teria sido uma resposta à presença militar francesa no Mali. © Radio France International
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Neste ano, 71 repórteres foram assassinados em decorrência do exercício da profissão, uma queda de 20% em relação a 2012, quando 88 jornalistas haviam sido mortos. Dois profissionais da Rádio França Internacional fazem parte desta lista: Ghislaine Dupont e Claude Verlon, executados no Mali.

Benoit Hervieu, diretor do escritório de Américas da organização internacional de proteção de jornalistas, observa que os sequestros de profissionais tiveram uma forte alta. O Brasil e o México saíram da lista dos cinco países mais perigosos para o exercício da profissão. O ranking é encabeçado pela Síria, em guerra, seguida por Índia, Filipinas, Somália e Paquistão.

Mas isso não significa que a situação tenha melhorado para a imprensa brasileira. O número de mortos permaneceu o mesmo, cinco, fazendo do país o mais violento para a imprensa na América Latina. Além disso, os casos de agressões dispararam, sobretudo durante os protestos iniciados em junho.

No Brasil, os casos mais graves de intimidação à imprensa se encontram no interior do país. Na opinião de José Carlos Torves, diretor institucional da Federação Nacional de Jornalistas, a impunidade dos crimes nestas pequenas e distantes cidades faz a situação permanecer preocupante.

Torves destaca que as entidades de proteção aos jornalistas trabalham na elaboração de um protocolo de segurança, baseado nos parâmetros da Organização dos Estados Americanos. A ideia é estabelecer um padrão para as situações risco, algo que ainda não existe na imprensa brasileira.

Para escutar as entrevistas, clique em “ouvir”, acima.
 

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