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Linha Direta

Carne brasileira deve conquistar o mercado americano

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A recente divulgação de que os governos do Brasil e dos Estados Unidos estão próximos de chegar a um acordo para abrir o mercado americano à carne bovina brasileira foi bem-vinda pelos pecuaristas do Brasil que veem com otimismo a nova possibilidade de expansão de sua presença no mercado internacional. A notícia, além de animar o setor agrícola brasileiro, também pode ter implicações para o mercado global e até mesmo servir para aprimorar a estremecida relação entre Estados Unidos e Brasil.Clique acima para ouvir a correspondente Ligia Hougland, em Washington

Flickr/ Creative Commons
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O Brasil até agora não pode exportar carne bovina aos Estados Unidos por causa dos casos passados de febre aftosa que resultaram em barreiras sanitárias dos Estados Unidos à carne brasileira.

O fim do embargo pode resultar em uma mina de ouro para os pecuaristas brasileiros, que, por sinal, já são os maiores exportadores de carne bovina do mundo e tiveram um desempenho recorde em 2013, com uma receita de US$ 6, 5 bilhões e exportando 1,5 milhão de toneladas, um aumento de 12% e 19%, respectivamente. Além disso, os produtores brasileiros esperam que o fim do embargo pelos Estados Unidos leve à abertura de outros mercados também importantes, como Canadá, México, Arábia Saudita, Líbano, China, Japão e África do Sul.

A notícia também pode ser vista como um sinal de bandeira branca entre os governos dos dois países que tiveram um ano cheio de situações difíceis de engolir em 2013. A birra, causada principalmente pelo escândalo de espionagem da NSA que levou a presidente Dilma Rousseff a cancelar sua viagem oficial a Washington pode ser atenuada uma vez que os dois gigantes das Américas reconheçam e aproveitem a importância de uma parceria forte entre eles.

Mais de uma década de embargo

O Brasil tenta entrar no mercado americano de consumo de carne bovina há mais de dez anos. Tudo começou ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando o então ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, pediu a abertura do mercado americano. O timing foi péssimo, pois foi no início da década passada que houve um surto de febre aftosa no gado brasileiro, apavorando os importadores. Desde então só um pequeno avanço foi feito para os exportadores brasileiros.

Em 2010, embalados pelo acordo do algodão da Organização Mundial do Comércio, os Estados Unidos se comprometeram a abrir o mercado para a carne brasileira. Mas, até agora, o embargo foi removido somente para as carnes bovina e suína produzidas no estado de Santa Catarina, que não é um forte produtor de carne bovina, fazendo com que suas exportações para os Estados Unidos sejam inexpressivas. Os maiores produtores de carne bovina são Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

Os Estados Unidos têm o maior mercado consumidor de carne bovina do mundo, consumindo cerca de 11,6 milhões de toneladas por ano, sendo que somente um pouco mais de 1 milhão são importadas. Segundo um relatório da Rabobank, uma consultora especializada no setor, o mercado americano ainda não atingiu seu potencial devido à resistência dos consumidores a pagar o alto preço da carne, devido a uma oferta limitada.

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