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Crise/Tailândia

Premiê tailandesa dissolve Parlamento e anuncia eleições antecipadas

A crise política na Tailândia completa um mês, e apesar dos protestos que reúnem diariamente milhares de manifestantes nas ruas da capital Bancoc, a primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra luta para se manter no poder. A chefe de Estado premiê anunciou nesta segunda-feira, dia 9 de dezembro, a dissolução do Parlamento e a realização de eleições antecipadas, sem ceder à principal reivindicação dos manifestantes: a sua renúncia.

A primeira-ministra tailandesa,Yingluck Shinawatra, convocou novas eleições nesta segunda-feira, dia 9 de dezembro.
A primeira-ministra tailandesa,Yingluck Shinawatra, convocou novas eleições nesta segunda-feira, dia 9 de dezembro. REUTERS/Stringer
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Yingluck Shinawatra declarou hoje que as eleições devem ser realizadas “o mais rápido possível”, dentro do prazo de 60 dias. Deste pleito, participa o seu próprio partido, o populista Puea Thai, e provavelmente Yingluck, que tem grandes chances de reeleição. Apesar da forte oposição que a premiê enfrenta há várias semanas, seu governo também tem um forte apoio de uma boa parte da população, sobretudo das mais classes baixas e das áreas rurais do país.

No entanto, a decisão da primeira-ministra de dissolver o Parlamento e antecipar as eleições de nada adiantou para acalmar os ânimos da oposição. Uma nova manifestação levou cerca de 100 mil pessoas hoje às ruas da capital Bancoc. Os protestos contaram com a participação dos parlamentares do principal partido da oposição, o Partido Democrata, formado por uma aliança da elite conservadora e apoiado por grupos ultra monarquistas. Entre suas principais exigências, está a renúncia da premiê e a instauração de um “conselho do povo” para substituir o atual governo.

“Meus partidários querem mais que a dissolução”, reagiu o principal líder da oposição, Suthep Thaugsuban, durante os protestos de hoje. “O combate vai continuar. Nosso objetivo é de derrubar o regime Thaksin”, insistiu o deputado do Partido Democrata ex-vice primeiro-ministro.

Thaksin Shinawatra é o irmão da primeira-ministra, figura abominada pela oposição e um dos principais motivos da revolta no país. Um projeto de lei do governo de Yingluck pretendia conceder anistia a seu irmão, ex-primeiro-ministro derrubado por um golpe militar em 2006 e exilado em Dubai. Embora o projeto de lei tenha sido rejeitado pelo Senado, o Partido Democrata acusa a premiê de ter seu governo manipulado por Thaksin, que poderia estar planejando uma volta à política.

A crise política tailandesa se agravou ontem, quando 150 deputados do Partido Democrata se demitiram, depois que a chefe de Estado propôs um referendo para tentar uma solução para a crise. Caso esta revolta - que já deixou 5 mortos e cerca de 250 feridos -, não se acalme, muitos analistas temem uma nova intervenção das Forças Armadas. Desde 1932, a Tailândia já sofreu 18 golpes de Estado.

 

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