Justiça manda destruir maior acampamento de ciganos de Marselha
Nesta segunda-feira, em Marselha, no sul da França, escavadeiras invadiram o maior acampamento de ciganos da cidade. Cerca de 400 pessoas viviam no local, segundo associações caritativas da cidade. A destruição do local foi decidida pela justiça há três meses.
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As famílias que viviam clandestinamente no bairro da Capelette já haviam se retirado do local que ocupavam há um ano. A chegada dos tratores para derrubar os alojamentos improvisados revoltou a Liga dos Direitos Humanos local. "Os poderes públicos continuam a tratar o problema dos ciganos de forma violenta, discriminatória e sem respeito aos direitos fundamentais", lamentou Jean-Claude Aparicio, vice-presidente da Liga.
Para as associações que se ocupam dos menos favorecidos, "os ciganos desalojados vão engrossar a população de outros acampamentos selvagens de Marselha, tornando suas condições de vida mais sórdidas ainda". A justiça francesa havia ordenado em 31 de julho o esvaziamento do acampamento devido à ocupação ilegal do terreno, dando um prazo de dois meses para a partida dos ocupantes.
Ciganos na França
Cerca de 2.000 ciganos vivem no departamento Bouches-du-Rhône, dos quais 1.500 em Marselha.
Calcula-se que 20 mil ciganos vindos da Bulgária e da Romênia vivem atualmente em 400 acampamentos espalhados pelo território francês. Segundo a ONG Anistia Internacional, a minoria continua sendo vítima de expulsões que violam o direito internacional em matéria de Direitos Humanos.
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