Acampados em Roma, manifestantes continuam a protestar contra austeridade
O plano de austeridade do primeiro-ministro italiano Enrico Letta desencadeou uma verdadeira onda de protestos em diversas cidades do país. O fim de semana foi marcado por protestos em Roma, marcados por destruição e confrontos com a polícia. Os manifestantes pretendem ficar acampados até terça-feira, quando encontrarão o ministro das Infraestruturas.
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma
Os manifestantes escolheram um lugar simbólico para acampar em Roma: a Porta Pia, por onde passaram as tropas italianas em 1870, derrotando o Estado Pontificio, num episódio que marcou a história do país. Pode-se ler cartazes com frases como "Tomemos de volta a cidade".
Nas últimas duas noites, dezenas de pessoas dormiram em barracas, sem tumulto. Mas a capital ainda está contando os danos dos episódios de violência que aconteceram na grande manifestação de sábado passado, quando 70 mil pessoas marcharam pelas ruas do centro; mesmo se a maioria manteve uma postura pacífica, alguns participantes quebraram vitrines e se confrontaram com a polícia, num clima de guerrilha urbana. Segundo a Associação dos Comerciantes, o prejuízo foi de 2 milhões de euros, cerca de 6 milhões de reais.
Nesta segunda-feira, os próprios manifestantes decidiram remover as barracas para não piorar o trânsito da capital. Eles disseram que vão passar mais uma noite acampados até o encontro na manhã de terça-feira com o ministro das Infraestruturas, Maurizio Lupi.
A concentração reúne diversos grupos vindos de várias partes da Itália. Eles protestam contra o plano de austeridade do primeiro-ministro Enrico Letta, que dirige uma frágil coalizão de governo. O plano prevê aumento de impostos, o que pode agravar o desemprego no país, principalmente entre os jovens. Hoje, o índice de desemprego na Itália atinge o recorde de 40,1 por cento.
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