O brasileiro Marcelo Evelin, um dos grandes nomes da dança contemporânea no país, apresenta até sábado, em Paris, a sua coreografia 'Matadouro', sobre a batalha de Canudos, no Théâtre de la Cité internationale, na capital.
O espetáculo começa com um ator mascarado, nu, facão amarrado nas costas com esparadrapo e um tambor. Em seguida, oito atores se unem a ele, se despem, e dão início a uma coreografia intrigante: durante 57 minutos, eles correm em cena, ao som do Quinteto de Cordas em Dó Maior de Schubert, entremeado pelo som da cuíca, da percussão, e cantos aleatórios. O público observa, intrigado.
Matadouro, ou em francês, Abattoir, é o último trabalho do coreográfo brasileiro Marcelo Evelin, um dos mais renomados do país.
Ele faz parte de uma trilogia iniciada em 2003, baseada no romance ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha, que retrata a batalha de Canudos, no século 19, onde mais de 30 mil pessoas foram dizimadas pelas forças do governo.
Para encenar essa batalha, Marcelo escolheu essa corrida sem esperança, que leva a lugar nenhum, onde os corpos nus são últimos resquícios de resistência antes da morte inevitável. Para encená-la, ele escolheu a trupe do coletivo de artistas Núcleo do Dirceu.
O espetáculo integra a programação do Festival de Outono em Paris, e está em cartaz até amanhã no Théâtre de la Cité internationale, na capital francesa.
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