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Linha Direta

Discurso conciliador do Irã divide israelenses

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O primeiro encontro direto de mais alto nível dos últimos seis anos entre Irã e Estados Unidos sobre a questão nuclear, ocorrido nesta quinta-feira à noite na ONU em Nova York, foi mais um passo na aproximação entre o novo governo iraniano e o Ocidente. O tom conciliador adotado pelo presidente Hassan Rohani, que contrasta com as ameaças de seu predecessor, Mahmud Ahmadinejad, parece ter conquistado a comunidade internacional durante a assembleia geral da ONU. Neste programa, nossa correspondente em Tel Aviv, Daniela Kresch, explica por que essa mudança de discurso por parte dos iranianos está dividindo os israelenses.

O presidente do Irã, Hassan Rohani, participa de evento em Nova York durante esta semana; seu tom mais conciliador tem agradado a comunidade internacional.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, participa de evento em Nova York durante esta semana; seu tom mais conciliador tem agradado a comunidade internacional. Reuters
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A jornalista Daniela Kresch aponta que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu qualificou o discurso de Rohani na ONU de "cínico" e "repleto de hipocrisia'", por falar em direitos humanos enquanto o Irã é o principal aliado do presidente sírio Bashar al-Assad, envolvido em uma sangrenta guerra civil.

O premiê israelense até mandou a delegação de seu país se retirar do auditório da ONU na hora do discurso de Rohani. Uma decisão criticada por integrantes de sua própria coalizão.

Daniela Kresch aponta que o fato de Rohani ter exigido que Israel assine o tratado de não-proliferação de armas nucleares também deixou os israelenses preocupados.

"Para os israelenses, essa exigência é uma tentativa de mostrar Israel como um país radical e ameaçador, quer dizer, apesar de uma mudança de discurso, ainda haveria uma demonização do estado judeu", explica a jornalista.

Ela também conta que os israelenses estão acompanhando de perto a reaproximação entre o Irã e os Estados Unidos.

"Israel acha que Rohani está fazendo o papel de lobo em pele de cordeiro, prometendo conversar com o Ocidente, mas sem fazer menção de que vai aceitar abrir mão de seu programa nuclear", explica Daniela Kresch.

"No entanto, há vozes dentro de Israel que afirmam que o país precisa dar uma chance para essa aproximação do Irã com os Estados Unidos, mesmo que seja apenas para não ser visto como um país do contra, que rema contra a maré da diplomacia", acrescenta ela.

Clique em "Ouvir" (acima, à esq.) para conferir o programa completo.
 

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