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Linha Direta

EUA e Irã podem reatar diálogo à margem de Assembleia da ONU

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Os rumores de um eventual aperto de mãos entre o novo presidente iraniano, Hassan Rohani, e Barack Obama geram grande expectativa nos corredores da 68ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A última vez em que presidentes do Irã e dos Estados Unidos se cumprimentaram foi em 1977, antes da revolução iraniana. Porém, analistas estimam que o mais provável é que haja um encontro entre diplomatas dos dois países, talvez entre o chanceler iraniano Mohamad Javad Zarif e o secretário de Estado americano, John Kerry.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, fotografado no dia 18 de setembro de 2013 em Teerã.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, fotografado no dia 18 de setembro de 2013 em Teerã. Reuters/President.ir/Handout via Reuters
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Muita gente avalia que é cedo para expor os dois presidentes a um gesto tão forte. O importante é que os dois países vêm adotando um tom mais amigável em relação ao outro e tanto Obama quanto Rohani admitiram ter trocado cartas bastante cordiais.

Antes da ida a Nova York, Rohani fez vários acenos aos americanos. Ele libertou presos políticos, parabenizou os judeus pelo seu ano novo e mandou os poderosos militares iranianos ficarem fora da política. Parece clara a vontade do Irã em se distanciar da lembrança do polêmico Mahmoud Ahmadinejad. Esses acenos todos por parte de Rohani servem para reforçar a grande aposta, que é resolver de vez o problema nuclear.

Todas as tentativas de diálogo ao longo destas três décadas de hostilidade entre Irã e Estados Unidos resultaram em fracasso. Nos anos 90, o então presidente iraniano Mohamad Khatami fez vários gestos de abertura. Mas ele não tinha o apoio do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, que é quem manda de verdade em Teerã. Após os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, o Irã tentou nova aproximação, mas desta vez quem rejeitou foram os americanos.

Hoje o cenário é diferente. Obama parece realmente interessado em conversar com o Irã. O americano sabe que Teerã pode ajudar inclusive a resolver a crise síria. Já pelo lado iraniano, Rohani recebeu apoio explícito do líder supremo.

O Irã está sob forte pressão das sanções internacionais e sabe que não há solução ao dossiê nuclear sem apoio dos Estados Unidos. Teerã enxerga a presidência de Obama como uma chance única de diálogo.

Ouça mais informações com Samy Adghirni, correspondente do jornal "Folha de S.Paulo", em Teerã, clicando no alto da página.

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