O trabalho infantil no mundo diminuiu na última década, principalmente entre as meninas, mas os números continuam alarmantes. Estas são as conclusões do relatório "Medir o progresso na luta contra o trabalho Infantil, estimativas e tendências mundiais 2000-2012", publicado nesta segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O documento constatou um progresso em matéria de luta contra o trabalho infantil nos últimos doze anos, principalmente a partir de 2008, quando o número caiu de 215 milhões para168 milhões. O número inédito superou expectativas, como explica Pedro Furtado Oliveira, especialista em trabalho infantil da Organização Internacional do Trabalho em Genebra.
A região da Ásia-Pacífico foi a que registrou a maior redução do número de crianças trabalhando, segundo o relatório, passando de 114 milhões para 78 milhões. O trabalho infantil diminuiu também na África em 6 milhões e, de modo mais modesto, na América Latina, que tirou desta situação 1,6 milhões de crianças.
A diminuição entre as meninas foi particularmente acentuada, com uma redução de 40% em todo o mundo. Segundo Furtado, a melhora foi resultado da evolução das leis que protegem as trabalhadoras domésticas e da percepção do papel da mulher no processo produtivo.
Mas apesar destas boas notícias, ainda existem 168 milhões de crianças que trabalham no mundo, o que representa 11% da população infantil. Metade delas realiza trabalhos perigosos que colocam diretamente em risco a saúde, a segurança e seu desenvolvimento. O estudo revela que se a evolução continuar neste mesmo ritmo, a meta da OIT de eliminar as piores formas de trabalho infantil, só será alcançada em 30 anos.
De acordo com dados do IBGE de 2011, existem 3milhões e 700 mil crianças em situação de trabalho infantil no Brasil. Para Isa Oliveira, secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, esta situação se deve em grande parte à exclusão escolar.
Ouça a entrevista com os especialistas.
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