Agência da ONU acusa Israel de violar direitos de crianças palestinas

O Comitê dos direitos das crianças da ONU acusou a polícia e o exército israelense de terem maltratado crianças palestinas. O órgão das Nações Unidas denuncia vários casos de vítimas de turtura e prisões em isolamento.

Jovens palestinos durante treinamento militar. REUTERS/Suhaib Salem

De acordo com o documento divulgado nessa quinta-feira, 20 de junho, os soldados israelenses teriam detido crianças durante a noite nos territórios palestinos. “O Comitê exprime sua profunda preocupação no que diz respeito às informações sobre o uso de tortura e maus tratos de crianças palestinas presas por militares e policiais”, indicou o relatório. Segundo o estudo, as vítimas, que tinham as mãos atadas e os olhos vendados, eram transferidas para lugares desconhecidos.

As crianças vivendo em territórios palestinos são frequentemente alvo de violência física, sexual e verbal. De acordo com o documento, elas também são privadas de alimentos, água e condições básicas de higiene. “Esses crimes são cometidos desde a detenção para obter confissões”, explica o Comitê.

Desde 2002 o exército israelense prendeu e interrogou cerca de 7 mil crianças palestinas com idades entre 12 e 17 anos. Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), em abril passado 236 jovens, dos quais 44 com menos de 16 anos, estavam centros de detenção militares isralenses.

O Comitê da ONU alerta para a discriminação visando não apenas as crianças palestinas, mas também todos os beduínos, os árabes e o etíopes que vivem na região. O ministério israelense das Relações exteriores rejeitou as conclusões do relatório que, segundo o governo, “não seria baseado em nenhuma investigação de campo”.