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ONU/Síria

Comissão da ONU acusa oposição e governo da Síria de violar direitos humanos

A Comissão de investigação da ONU sobre as violações dos direitos humanos na Síria anunciou hoje em Genebra que tem 14 suspeitas de ataques com armas químicas para investigar. Mas o presidente da Comissão de Investigação das Nações Unidas, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, declarou que não é possível atribuir ainda a responsabilidade por esses ataques. Ele também afirmou que violações de direitos humanos acontecem dos dois lados do conflito.

Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão de Investigação das Nações Unidas para a Síria.
Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão de Investigação das Nações Unidas para a Síria. REUTERS/Ruben Sprich
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De acordo com Paulo Sérgio Pinheiro, a comissão se debruçou sobre milhares de depoimentos para chegar às conclusões do relatório que foi divulgado nesta segunda-feira em Genebra. "Investigamos 14 supostos casos de uso de armas químicas, mas não designamos um responsável", declarou o brasileiro.

As investigaçãos também apontam para um  "aumento significativo" de crimes perpetrados por grupos opositores e combatentes estrangeiros que entraram na Síria. "Brigadas inteiras são agora formadas por combatentes que ingressaram na Síria. O Al Muhajireen é uma das ativas", disse o presidente da comissão.

Até o momento, a comissão de observadores da ONU que elaborou o relatório não foi autorizada a entrar na Síria. "Vimos vídeos e também temos análises de especialistas militares", afirmou Pinheiro que também informou que a ONU recolheu depoimentos de médicos e profissioanais de saúde. No relatório anterior, a comissão relatou 4 casos de ataques químicos, mas, hoje, não quis detalhar onde ocorreram os outros casos apresentados no novo relatório.

Carla del Ponte, que participou da investigação, diz esperar receber sinal verde do governo de Bashar al Assad para entrar no país e verificar as suspeitas. A ex-procuradora federal suíça declarou hoje que recebeu um convite em caráter "pessoal" do regime sírio. Ela, porém, recusou a oferta e pediu uma visita "oficial".

Crime de guerra

Diante do Conselho de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro lembrou que o uso de armas químicas é um "crime de guerra" , mas enfatizou que a grande maioria das vítimas no conflito sírio é vítima de "armas clássicas com fuzis".

No último dia 21 de agosto, a Síria foi acusada pelos Estados Unidos e pela França, principalmente, de ter usado armas químicas perto de Damasco. Em resposta à pressão internacional e aos Estados Unidos que chegaram a ameaçar uma intervenção militar no país, o presidente sírio Bashar al Assad enviou documentos para solicitar a adesão do seu país à OIAC, organização internacional para a proibição de armas químicas.

 

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