Para especialistas, ataque à Síria devido ao uso de armas químicas é pretexto dos EUA

Após os bombardeios sírios da semana passada que podem ter utilizado armas químicas e que deixaram mais de mil e 300 mortos, segundo os rebeldes, o Conselho de Segurança da ONU discute uma intervenção militar no país. Liderança das potências ocidentais, os Estados Unidos são os principais articuladores de um ataque contra o regime de Bashar Al-Assad - ofensiva apoiada especialmente pelo Reino Unido e pela França. Mas, para especialistas, a iminente ação é apenas um pretexto de Washington.

Soldados do Exército Sírio Livre escoltam os carros com especialistas da ONU em armas químicas, nesta quarta-feira, dia 28 de agosto de 2013. REUTERS/Bassam Khabieh

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A comunidade internacional se questiona que tipo de intervenção pode ser realizada e de que forma a população síria seria "protegida" das violências, como defende uma resolução britânica apresentada nesta quarta-feira, dia 28 de agosto, na reunião do Conselho de Segurança em Nova York. A imprensa internacional também compara a iminente intervenção ao ataque dos Estados Unidos ao Iraque, há dez anos.

Para o professor de Direito Internacional da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Salem Nasser, uma intervenção militar na Síria devido ao suposto uso de armas químicas nada mais é do que uma desculpa dos Estados Unidos. Ele explicou à nossa reportagem os motivos que podem estar por trás da iminente ação contra o regime de Bashar Al-Assad.

Já o diretor do portal Arabesq, o jornalista sírio Tammam Daaboul, acredita que os Estados Unidos estariam em uma posição delicada caso voltassem atrás na decisão de um ataque. Em entrevista à RFI, ele diz que Washington precisa dar prova de seu poder, após inúmeras ameaças e declarações que o governo sírio teria ultrapassado seus limites.