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Síria/Armas Químicas

Rússia diz ter provas de uso de armas químicas por rebeldes sírios

A Rússia garante ter provas de que rebeldes sírios utilizaram gás sarin no dia 19 de março deste ano, perto de Aleppo (norte). O anúncio feito pelo embaixador russo na ONU, Vitali Tchurkine, foi imediatamente rechaçado pelos Estaods Unidos, que disseram nunca ter visto qualquer evidência que sustente esta afirmação.

Combatente do Exército Sírio Livre toma posição em Aleppo, em 9 de julho de 2013
Combatente do Exército Sírio Livre toma posição em Aleppo, em 9 de julho de 2013 REUTERS/Muzaffar Salman
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De acordo com Tchurkine, especialistas russos recolheram amostras do local do ataque, em Khan al-Assal, e as provas foram enviadas em um documento de 80 páginas ao secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Este mesmo texto seria enviado a França, Estados Unidos e Reino Unido, que acusaram diversas vezes as forças de Bashar al-Assad de ter usado armas químicas.

O embaixador afirmou ainda que um projétil não teleguiado do tipo "Bashar 3" de fabricação caseira teria sido usado pelos rebeldes e que as análises dos estilhaços mostraram que ele estaria cheio de gás sarin. Este único tiro sobre Khan al-Assal, região dominada pelo exército sírio, teria matado 26 pessoas - entre elas, 16 soldados sírios.

Ele não quis especular onde ou como os opositores teriam obtido o produto, mas lembrou que a Brigada Bashar al-Nasser, ligada ao Exército Sírio Livre começou a produzir artesanalmente mísseis Bashar 3. "Temos todos os motivos para acreditar que estes foram os combatentes da oposição armada que utilizaram armas químicas em Khan al-Assal", acusou Tchurkine.

O governo sírio pediu uma investigação da ONU, mas insiste que ela se concentre sobre o caso de Khan al-Assal e desconsidere outros incidentes, nos quais Londres, Paris e Washington desconfiam que forças leais ao regime tenham usado armas químicas. É o caso de um ataque a Homs, em 23 de dezembro de 2012. Essa divergência impede que a missão da ONU designada para o caso possa trabalhar no terreno.

Para o embaixador francês nas Nações Unidas, Gérard Araud, a acusação feita pela Rússia é mais uma razão para que a comissão chefiada pelo sueco Ake Sellstom possa realizar livremente suas investigações na Síria.

Na última segunda-feira, o governo sírio convidou dois altos funcionários das Nações Unidas para viajar a Damasco e discutir a questão da suposta utilização de armas químicas no conflito. Mas o porta-voz das ONU, Martin Nesirky recusou o convite, insistindo que a missão deve ter amplo acesso às zonas sob suspeita.

Tchurkine pediu que a ONU aceite a proposta síria e afirmou que a Rússia é favorável a investigar todas as acusações que têm credibilidade. E garantiu que os especialistas russos não ficaram minimamente impressionados pelas informações fornecidas por Londres, Washington e Paris.
 

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