Acessar o conteúdo principal
Rússia/Caso Snowden

Rússia descarta extradição de Snowden, mas admite negociação

O presidente russo Vladimir Putin voltou a descartar nesta segunda-feira a extradição de Edward Snowden, o ex-agente da CIA procurado pelos Estados Unidos por vazar dados sigilosos do programa de espionagem Prism. No entanto, o presidente, que mantém contatos com a diplomacia americana, afirmou que caso queira permanecer na Rússia, Snowden deverá cessar suas atividades contra os Estados Unidos. Há oito dias que o técnico se encontra na zona de trânsito do aeroporto de Moscou.

Presidente russo Vladimir Putin durante coletiva de imprensa no Palácio do Kremlin, em 1° de julho
Presidente russo Vladimir Putin durante coletiva de imprensa no Palácio do Kremlin, em 1° de julho REUTERS/Maxim Shemetov
Publicidade

"A Rússia não extradita ninguém nem tem intenção de fazê-lo", declarou o presidente. "Na melhor das hipóteses, trocamos agentes de nosso serviço de inteligência no exterior por presos e condenados na Rússia". Ele ainda pediu que o ex-agente "se retrate diante de nossos parceiros americanos", mas mostrou-se descrente disso: "Como ele se considera um defensor dos direitos humanos, ele não tem intenção de parar com suas atividades. É por isso que ele precisa escolher um país como destino".

Pouco antes do pronunciamento do presidente, o chefe do conselho de segurança da Rússia, Nikolaï Patruchev, admitiu oficialmente pela primeira vez que Moscou e Washington estão em tratativas sobre a situação do técnico em informática de 30 anos. Os presidentes dois países "certamente não têm uma solução que satisfaça aos dois lados e é por isso que eles encarregaram os diretores do FSB (Serviço Federal de Segurança, russo), Alexandre Bortnikov e do FBI, Robert Mueller, de se contactarem permanentemente para encontrar soluções", disse Patruchev em rede nacional de televisão.

"A tarefa deles não é simples", avaliou. "Eles devem encontrar uma solução dentro das normas do direito internacional". De acordo com ele, não há uma solução imediata. Fontes russas afirmam que Snowden segue na Rússia porque não tem papéis válidos para embarcar para Cuba ou Equador. Quito acena positivamente com um asilo político ao ex-agente, mas diz não poder ratificar o status enquanto ele não se encontrar em território equatoriano. Para o Equador, a questão está em mãos russas. Mas os russos lavam as mãos, já que ele não entrou oficialmente em seu território.

A Rússia não tem acordo de extradição com os Estados Unidos e fontes ligadas ao governo garantem que o assunto não está na ordem do dia do Kremlin. O presidente norte-americano Barack Obama disse na última quinta-feira que não pretende "barganhar" com Moscou, provavelmente em referência a uma possível troca de Snowden por russos presos nos EUA, como o piloto Konstantin Iarochenko e Viktor Bout, acusados respectivamente de tráfico de drogas e armas.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.