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O Mundo Agora

A Argélia é fundamental para o sucesso da intervenção no Mali

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“Mais uma vez a França está envolvida numa operação militar em terras africanas. Desta vez para impedir o avanço de colunas combatentes das três principais organizações terroristas islâmicas que ocupam o norte do Mali há quase um ano. Uma intervenção tão rápida não estava nos planos do Estado-maior francês. Mas sem ela os islamitas teriam tomado um aeroporto estratégico que abriria o caminho para a conquista rápida da capital Bamako. A situação estava tão desesperada que o presidente interino do Mali, Dioncunda Traoré, pediu por escrito, uma ajuda militar imediata da França.Na verdade, desde o ano passado, os países africanos vizinhos membros da CEDEAO – a Comunidade dos Estados da África Ocidental – haviam pedido que o Conselho de Segurança da ONU autorizasse uma intervenção militar no Mali. Autorização que foi votada no dia 20 de dezembro último, com a resolução 2085 do Conselho. Não era mais possível tolerar que mais da metade de um país membro da ONU estivesse ocupado por bandos terroristas islâmicos cuja prática administrativa consiste em lapidar mulheres, cortar mãos e pés de pequenos delinquentes e destruir os mausoléus dos santos africanos locais, patrimônio da humanidade. Sem falar, no perigo da região se transformar numa base terrorista no coração da África ocidental, alimentada pela toma de reféns e o tráfico de armas e de drogas. A intervenção francesa não tem só plena legitimidade internacional, mas quase todos os Estados da CEDEAO já começaram a mandar contingentes militares para participar nos combates...No final de 2011, luzes vermelhas começaram a piscar em Argel quando um grupo de tuaregues mercenários que serviam nas tropas da Líbia de Kadhafi, fugiram para o Mali com armas e bagagens, e tomaram conta do Norte do país, proclamando um Estado independente. O perigo era ver as populações tuaregues do sul da Argélia seguirem o exemplo dos seus irmãos tuaregues malineses. Como sempre, os serviços de inteligência militar argelinos apelaram para a sua técnica predileta: a confusão generalizada. Primeiro, apoiando diretamente um golpe de Estado contra o presidente malinês Amadou Touré, considerado independente demais para o gosto argelino. Depois, apoiando ou encorajando outros grupos terroristas no norte do Mali para dividir e enfraquecer os tuaregues. Melhor ainda: quanto mais barbaridades estes grupos cometiam num Mali praticamente sem governo, mais fácil era afirmar que só a Argélia tinha condições de resolver a questão, ou que sem ela nada podia ser feito.”. 

O primeiro-ministro, Diango Sissoko, foi para Argélia, principal defensora da via diplomática, para uma visita de dois dias e se reuniu com o presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika.
O primeiro-ministro, Diango Sissoko, foi para Argélia, principal defensora da via diplomática, para uma visita de dois dias e se reuniu com o presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika. REUTERS/Louafi Larbi
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Clique acima para ouvir a crônica de política internacional de Alfredo Valladão.
 

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