Saber se o chavismo sobreviverá sem Chávez não é uma questão apenas retórica. “Apesar do silêncio das autoridades venezuelanas e do segredo mantido pelos médicos cubanos que o operaram, é óbvio que o estado de saúde do “Comandante” bolivariano é grave. Uma coisa é certa: ele não poderá assumir a presidência no dia 10 de janeiro, como está previsto na Constituição do país. Por enquanto, nada indica que o chavismo esteja diretamente ameaçado.Os dois principais pretendentes à sucessão do caudilho – o vice-presidente Nicolás Maduro e o presidente de Assembleia Nacional Diosdado Cabello – fizeram questão de andar de beijos e abraços em frente das câmaras de televisão para demonstrar que eram irmãos desde pequenininhos e que jamais haveria briga entre eles. Os dois sabem perfeitamente que neste período de grande incerteza política o próprio futuro vai depender da capacidade de manter a unidade do partido chavista, o PSUV. A sigla sempre foi um verdadeiro saco de gatos que só a avassaladora autoridade de Hugo Chávez mantém coesa.Quanto à oposição democrática, apesar dos ataques quotidianos e paranóicos dos chavistas que a acusam, como sempre, de querer fomentar um golpe, ela vem se comportando com perfeita moderação, só fazendo o trabalho mínimo de opositores que se prezam denunciando, com razão, as mutretas dos dirigentes chavistas para atropelar os preceitos constitucionais. (...)”Ouça a crônica de política internacional de Alfredo Valladão.
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