Com ou sem o “abismo fiscal” americano, essa passagem de ano será um símbolo de uma mudança de época. O mundo está entrando, aos trancos e barrancos, numa nova revolução tecnológica, econômica e geopolítica. Tão importante quanto a revolução industrial no século XIX. A crise financeira e econômica global, que estourou em 2008, mostrou claramente a inadequação entre uma economia globalizada irrompendo na esteira de novas tecnologias revolucionárias e os poderes políticos que deveriam controlá-la e regulamentá-la. Hoje fala-se na necessidade de uma “governança” global na qual os governos das principais economias do planeta administrariam os assuntos do mundo, em igualdade de condições. Como se comitês de atores governamentais sem visão ou liderança comuns – os G-2, 3, 8, 20 ou 77 – fossem capazes de gerenciar a imensa rede de relações econômicas trans-fronteiras, dominadas por protagonistas não-governamentais, facções inimigas dentro dos próprios governos nacionais e o poderio avassalador da invenção tecnológica. O que falta hoje em dia não é “governança”: O mundo está cheio de organismos internacionais que “empurram com a barriga”. O que falta é “governo”, poder com capacidade de decisão e definição de projetos para o futuro. A paralisia do Congresso americano é só um dos exemplos mais espetaculares deste vazio... Mas 2013 será também, paradoxalmente, o começo da volta dos Estados Unidos como potência central do sistema internacional.Ouça a crônica do analista político Alfredo Valladão.
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