Mensagem do Papa para o Mundo tem forte apelo por liberdade religiosa

O apelo do papa Bento 16 para que o regime chinês respeite todas as religiões, os desafios do segundo mandato de Barack Obama e o sucesso crescente dos acordos entre patrões e empregados na hora da demissão são alguns dos destaques da imprensa francesa desta quarta-feira.

'Le Figaro' destacou o pedido feito pelo Papa para que o governo chinês respeite a liberdade religiosa no país. REUTERS/Osservatore Romano/Handout

O jornal conservador Le Figaro destacou o pedido feito pelo Papa para que o governo chinês respeite a liberdade religiosa no país. A mensagem de Bento 16 teve como alvo a nova equipe dirigente da China com a esperança de que o regime instaure um diálogo, até agora inexistente, com os 5,7 milhões de católicos chineses que não são oficialmente reconhecidos. Na China, escreve o Le Figaro, os católicos são divididos entre uma Igrena oficial, submetida ao Partido Comunista e o que o jornal chama de Igreja "subterrânea", seguidora da Santa Sé mas que é vítima de perseguições recorrentes. Em editorial, Le Figaro, elogia a coragem do Papa de engrossar o coro dos que pedem liberdade na China, no caso, pelo aspecto religioso, mesmo consciente de que seu discurso não vai agradar as autoridades de Pequim.

O La Croix destacou outra mensagem política do Papa durante sua tradicional mensagem Urbi et Orbi, desta vez para os responsáveis pela crise síria. Bento 16 pediu que opositores e regime encontrem uma solução política para por fim o derramamento de sangue. Mas o sumo pontífice também se dirigiu a vários outros países, lembrou o jornal, ao se referir à China, Egito, Mali e à Nigéria onde homens armados invadiram uma Igreja durante a missa do Galo, matando seis pessoas.

Libération afirma que o presidente Barack Obama terá grandes desafios para seu segundo mandato a começar pelo acordo de seu partido, o Democrata, com os republicanos para evitar o chamado abismo fiscal antes do dia 31 de dezembro. Por isso ele decidiu encurtar seu período de férias no Havaí para voltar a Washington o mais breve possível. Depois desse problema Obama deverá encarar outros temas sensíveis como a imigração e o porte de armas nos Estados Unidos, escreve o Libé. Para o jornal, depois de passar seu primeiro mandato focado na crise econômica, Obama está preocupado em deixar um grande feito durante sua passagem pela Casa Branca. Nos próximos 4 anos, ele terá essa oportunidade, afirma o jornal.

Les Echos afirma em sua manchete que o acordo inscrito no Código do trabalho para negociar de maneira amigável a demissão de um funcionário é um verdadeiro sucesso na França. Criado em 2008 e com o apoio das centrais sindicais, com excessão da CGT, o dispositivo é cada vez mais acionado por patrões e empregados. Nos 10 primeiros meses de 2012, mais de 260 mil demissões, seja por iniciativa do empregado ou da empresa, terminaram com acordo, ou seja, um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior.