O anúncio de Bernard Arnault - dono do império de luxo LVMH e maior fortuna da França e da Europa - de que pretende obter a cidadania belga chamou a atenção para os atrativos fiscais do país vizinho, bem no momento em que o presidente François Hollande reafirmou sua intenção de taxar as grandes fortunas francesas em 75%, uma de suas principais promessas de campanha.Próximo do ex-presidente Nicolas Sarkozy, Arnault possui uma fortuna que a revista Forbes calcula em US$ 41 bilhões. O milionário nega deixar a França para fugir do fisco e afirma ter inúmeros vínculos com a Bélgica, tanto no plano pessoal como profissional.A correspondente da RFI em Bruxelas, Letícia Fonseca, explica neste programa como funciona o sistema fiscal belga. Ela lembra que a corrida dos milionários franceses em direção à Bélgica não é um fenômeno recente. A primeira onda foi na década de 80, quando o governo socialista de François Mitterand criou o imposto sobre grandes fortunas, que não existe na Bélgica.Atualmente, cinco mil franceses com fortunas estimadas entre € 20 e 30 milhões moram em solo belga por razões fiscais. Entre eles, o dono dos supermercados Carrefour, Jacques Badin, os atores Daniel Auteuil, Emmanuelle Béart e Danny Boon, e o escritor Eric-Emanuel Schmitt. E segundo dados de escritórios belgas de advocacia, nos próximos meses Bruxelas deve receber mais 1.500 milionários franceses.
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