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Reportagem

Ações do governo francês sobre ciganos decepcionam associações

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O desmantelamento de dois acampamentos de ciganos em apenas uma semana na França marcou a primeira decepção dos defensores de direitos humanos com o novo governo socialista. No poder há três meses, o presidente francês François Hollande havia prometido não desmanchar as moradias improvisadas dessas populações, normalmente formadas por romenos e búlgaros, enquanto não houvesse uma verdadeira solução eles.

Ciganos vivem em condições precárias nas periferias das grandes cidades.
Ciganos vivem em condições precárias nas periferias das grandes cidades. Reuters/Pascal Rossignol
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Mas o que se viu foram ações policiais em nada diferentes do período do predecessor, Nicolas Sarkozy, quando a França chegou a ser advertida pela Comissão Europeia sobre as práticas xenofóbicas de expulsão dos ciganos de seu território. Marie-Pierre Vincent, membro do Coletivo Solidarité Roms, de apoio a essas minorias, está decepcionada com os primeiros passos do novo governo nestas questões.

"Houve promessas de François Hollande que estão longe de serem verdadeiras. Eu achei todos estes desmantelamentos terrivelmente preocupantes. Não vejo diferença entre desmantelamento e expulsão, ao contrário do que afirma o ministro do Interior, Manuel Valls", argumentou. "Os ciganos ficam sem casa, jogados, eles não têm nada de bom. Eles perambulam por alguns dias até encontrar algum terreno baldio onde as condições são aidna piores do que as de antes. Para mim, nada mudou."

O pesquisador Samuel Délepine, especialista no comportamento dos ciganos, lamenta que o governo francês até hoje não tenha implantado uma política de integração destes imigrantes. "A solução é ter boa vontade em nível nacional ou local para integrá-los. A França precisa terminar com as chamadas medidas transitórias para permitir acesso ao mercado de trabalho. Este é um problema grave", afirmou Délepine. "Se você é romeno ou búlgaro, você não tem a possibilidade de entrar no mercado de trabalho. Existem procedimentos específicos para estes dois países que vetam o direito de trabalhar se você não tem capacidades para exercer profissões qualificadas, o que não é o caso da grande maioria dos ciganos."

Estima-se que há cerca de 500 mil ciganos na França.

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