O Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, no poder desde a queda do ditador Muammar Kadafi em agosto do ano passado, transfere oficialmente nesta quarta-feira o poder para o novo Congresso Nacional líbio eleito em 7 de julho, nas primeiras eleições livres após mais de 40 anos de ditadura. O novo governo será encarregado de elaborar uma constituição.
O partido Aliança das Forças Nacionais, liderado pelo ex-primeiro ministro Mahmud Jibril, ganhou as eleições legislativas e vai ocupar 39 dos 80 assentos do Parlamento. A coalizão é composta por cerca de 60 partidos e defende um Islã moderado, o liberalismo econômico e uma abertura para o Ocidente.
Mas a futura divisão de forças continua indefinida, porque 120 assentos que compõem o Congresso de 200 deputados são reservados a candidatos independentes que ainda não têm orientação política definida. Segundo o professor da Universidade Católica de Brasília, Creomar Souza, o grande desafio do novo Congresso líbio é estabelecer uma nova forma de interação com a sociedade do país.
Outra questão que o Congresso líbio deve enfrentar é a pacificação do país. No relatório "Império da lei ou império das milícias?", publicado em julho, a Anistia Internacional afirma que mesmo depois do fim da ditadura de Kadafi, grupos armados continuam cometendo violações de direitos humanos. Segundo a coordenadora de campanhas da ong, Ana Monteiro, as milícias são formadas por ex-combatentes revolucionários, que têm imunidade por isso não podem ser punidos, e outros grupos armados que cometem detenções arbitrárias e torturas.
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