Centrais sindicais se dividem sobre segundo turno das eleições francesas, diz Le Figaro

A divisão das centrais sindicais sobre o voto no segundo turno das eleições presidenciais francesas é o destaque do jornal francês Le Figaro desta quinta-feira. A iniciativa do presidente Sarkozy de promover um grande comício no dia 1° de maio, para segundo ele homenagear o "verdadeiro trabalho", deu contornos políticos à festa do trabalhador e obrigou as centrais sindicais a se posicionarem sobre o segundo turno da votação, escreve o jornal.

O líder da central sindical CGT, Bernard Thibault. AFP PHOTO MEHDI FEDOUACH

Le Figaro escreve que a indicação dos líderes de algumas centrais radicais, como a poderos CGT, de votar contra Sarkozy provocou um racha no meio sindical. Sarkozy venceu esse round da batalha ao demonstrar que algumas centrais sindicais francesas se tornaram um instrumento político em nome da defesa dos trabalhadores.

Le Figaro, no entanto, lembra que líderes de outras centrais importantes, como a FO e a CFTC, escreveram a seus filiados para esclarecer que eles são livres para votar no candidato que quiserem. O jornal também afirma que a festa do trabalhador sempre foi um evento político que favoreceu sobretudo os partidos de esquerda.

Extrema-direita

O Libération volta nesta quinta-feira ao tema da relação entre Nicolas Sarkozy e a extrema-direita, afirmando que a estratégia do atual presidente de seduzir os eleitores do partido Frente Nacional preocupa muita gente de sua família política. Deputados do partido UMP (União por um Movimento Popular), citados pelo jornal de formaanônima , disseram lamentar que o presidente-candidato se dirija aos eleitores de Marine Le Pen em vez de defender o balanço de seu governo e bucar votos no eleitorado de centro.

O diário Aujourd'hui en France traz uma entrevista com o ex-presidente francês Valéry Giscard d'Estaing, que defende pela primeira vez seu voto no presidente Sarkozy. "Ele é o mais preparado para governar a França", diz o ex-chefe de Estado.

Já La Croix dedica sua manchete ao dilema do candidato centrista derrotado, François Bayrou. Ontem o quinto colocado na corrida do primeiro turno, com 8,5% dos votos, escreveu uma carta ao presidente Sarkozy e ao socialista François Hollande antes de se pronunciar sobre seu voto no segundo turno. Na eleição passada, em 2007, ele não deu indicação de voto aos seus eleitores, lembrou o jornal católico.

O diário econômico Les Echos afirma em sua manchete que o debate sobre o crescimento econômico da Europa voltou com força após a declaração ontem do presidente do Banco Central Europeu de que os líderes do bloco devem selar um pacto de crescimento para os países europeus.