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Imprensa francesa

Crise na Espanha preocupa mercados e pode contagiar outros países

A economia espanhola dá sinais preocupantes para os mercados e os vizinhos europeus já se preparam para evitar um contágio para outros países da zona do euro, afirma o diário Les Echos em sua edição desta segunda-feira. Desde março a taxa de juros para os títulos emitidos para 10 anos vem subindo e na sexta-feira ultrapassou 5,50%, superando a da Itália, informa o jornal.

Crise espanhola deflagrou uma série de manifestações em Madri durante o mês de março.
Crise espanhola deflagrou uma série de manifestações em Madri durante o mês de março. REUTERS/Juan Medina
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Para Les Echos, a falta de clareza do governo espanhol em definir qual será a prioridade para reduzir o déficit público provoca mal estar e incompreensão entre os investidores, que estão muito preocupados com as finanças do país.

O jornal econômico informa ainda que os dirigentes europeus estão em alerta e pedem a Madri que respeite o objetivo fixado pela União Europeia em relação a déficits nas contas públicas. O primeiro-ministro italiano, Mário Monti, já falou em riscos de contágio.

Neste contexto tenso, escreve Les Echos, a Alemanha se prepara para aprovar um reforço do Mecanismo Europeu de Estabilidade diante da pressão de seus vizinhos europeus e também dos americanos.

Tragédia francesa

A repercussão política do drama envolvendo Mohamed Merah, o atirador de Toulouse morto na operação policial na última quinta-feira, ganhou as manchetes de dois grandes jornais franceses.

Para Le Figaro, a tragédia de Toulouse trouxe de volta o tema da segurança à campanha eleitoral e o presidente-candidato Nicolas Sarkozy pretende tirar proveito para crescer nas sondagens e acuar seu principal rival na corrida, o socialista François Hollande, já que é um tema em que a esquerda não se sente tão à vontade quanto a direita.

Para o Libération, depois de ter sido eclipsado por Sarkozy durante o drama de Toulouse, Hollande se preparar para relançar sua campanha e quer substitutir o tema da segurança, considerada uma armadilha para a esquerda, por temas considerados de maior interesse para os franceses, ou seja, a econômia e o bem estar social.

A proposta de limitar o salário dos dirigentes das grandes empresas ganhou destaque no comunista L'Humanité. O jornal cita como exemplo de disparidade o caso do chefão da fabricante de carros Renault Nissan, o franco-brasileiro Carlos Ghosn. O salário dele, acima de € 4 milhões por ano, é 206 vezes maior do que a remuneração recebida por um operário de fábrica.

A proposta do Confederação europeia de sindicatos é que os salários dos chefões não seja mais do que 20 vezes maior que os salários dos assalariados. No caso de Carlos Ghosn, seu salário anual cairia para 425 mil euros. "E se os grandes patrões também apertassem o cinto?", questiona L'Humanité em sua manchete.
 

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