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"Quase" candidato, Sarkozy adota linha conservadora na campanha à reeleição

As ideias e propostas lançadas pelo presidente Nicolas Sarkozy em uma entrevista a ser publicada neste sábado pela revista Le Figaro já ganharam repercussões em toda a imprensa francesa que circula nesta sexta-feira. Com o vazamento do conteúdo das declarações mais polêmicas, os jornais dedicam suas manchetes e reportagens para anunciar a linha conservadora adotada por Sarkozy em sua campanha para a reeleição.

Nicolas Sarkozy, presidente francês, no Palácio do Eliseu nesta terça-feira.
Nicolas Sarkozy, presidente francês, no Palácio do Eliseu nesta terça-feira. REUTERS/Gonzalo Fuentes
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Sarkozy quase candidato, titula o jornal católico La Croix ao informar que o presidente ainda não oficializou sua candidatura mas revelou os primeiros eixos de sua estratégia eleitoral. Sarkozy acelera a entrada em campanha para frear o rival socialista= François Hollande que aparece como favorito em todas as sondagens, afirma o jornal católico.

Para o econômico Les Echos, mesmo sem se declarar candidato, Nicolas Sarkozy deixou claro a linha que vai adotar: os valores e a reforma do modelo social francês. Na entrevista, ele adiantou algumas medidas de impacto que havia prometido aos seus interlocutores: propor referendos sobre a profunda mudança que pretende fazer no sistema de seguro-desemprego para estimular a volta ao mercado de trabalho e no delicado tema da imigração. No plano econômico, Sarkozy pretende fazer uma mistura de liberalismo com controle sobre os agentes fnanceiros, escreve o Les Echos.

O reacionário, escreve em título o jornal Libération ao comentar que o presidente entra em campanha escolhendo temas que agradam o eleitorado mais conservador. Para o jornal, Sarkozy adota uma postura de guardião dos valores franceses.

Em editorial, o Libération diz que o fim da hipocrisia está próximo e Sarkozy deve ter ouvido seus conselheiros de que chegou a hora de acabar com a imagem de verdadeiro falso candidado. Ao escolher atacar a imigração e os desempregados e também renunciar ao casamento gay, o presidente tenta resgatar os eleitores seduzidos pela extrema-direita. Ao propor referendos ele parece jogar garrafas ao mar como um capitão sem bússola, critica o Libération.

Já o jornal Le Figaro, do mesmo grupo da revista que conseguiu a entrevista exclusiva com o chefe de estado, afirma em título que Sarkozy definiu as prioridades de seu segundo mandato. Em editorial, o diário conservador elogia a linha adotada por Sarkozy e avisa que ele será chamado de populista e até aprendiz de ditador.

Mas não há nada de escandaloso pedir a opinião do povo francês sobre a reforma no pagamento do seguro-desemprego, que no fundo, afirma o Le Figaro, será um referendo sobre manter ou não um modelo social que não consegue mais sobreviver nesses tempos de austeridade.
 

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