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França/Crise

Areva prevê cortes drásticos de empregos na França

O grupo nuclear francês Areva adota nesta segunda-feira um plano estratégico destinado a acabar com as perdas no setor nuclear estatal. As medidas incluem importantes reduções de efetivos na França. Na Bolsa de Paris, a cotação da Areva foi suspensa hoje a pedido do grupo.

Le réacteur Tricastin 2 doit redémarrer mercredi 6 décembre 2017.
Le réacteur Tricastin 2 doit redémarrer mercredi 6 décembre 2017. REUTERS/Michel Euler/Pool
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O conselho de vigilância da Areva se reuniu nesta segunda-feira de manhã em sua sede, em Paris, para validar o projeto preparado há um mês pelo novo presidente do grupo, Luc Oursel. Uma reunião de representantes da Areva com sindicatos de trabalhadores acontece no período da tarde.

Segundo o jornal La Tribune, o grupo vai reduzir entre 5 mil e 6 mil postos de trabalho na França até 2016, através de um congelamento das contratações. O gigante do setor nuclear francês conta com 28 mil empregados no país.

O ministro francês das Finanças, François Baroin, tinha se comprometido em novembro, junto a Oursel, a não realizar supressões de postos de trabalho ou programas de demissão voluntária após a divulgação, na imprensa francesa, de um projeto para demitir de mil a 12 mil funcionários no país. Se o projeto de supressão de 1.700 empregos nos Estados Unidos, na Bélgica e, sobretudo na Alemanha (1.300 pessoas) parece certo, a incerteza continua quanto às intenções exatas do grupo na França.

As contas da empresa devem fechar o ano no negativo pela primeira vez desde sua criação, há dez anos. O plano estratégico da Areva deve soldar a depreciação do valor das minas africanas de urânio de Uramin, adquiridas em 2007 quando o preço do mineral estava em sua mais alta cotação. A Areva também teve prejuízos com as dificuldades na construção do EPR na Finlândia, um reator de terceira geração, e com as consequências industriais da catástrofe de Fukushima.

A Areva já tinha sofrido uma perda operacional de 423 milhões de euros em 2010, mas seu resultado anual continuou positivo graças à cessão de sua rentável divisão de linhas elétricas.

O Estado francês, que detém 87% das ações do grupo, vinha pedindo à Areva para sanear o balanço da empresa, em constante deterioração, e de se adaptar à desaparição de encomendas de combustível de urânio do Japão e da Alemanha, após o desastre nuclear de Fukushima.

O plano de reestruturação teria o objetivo de diminuir os custos da Areva em 750 milhões de euros até 2015, dos quais 500 milhões até 2013. A isso, se deveria somar um corte de 40% dos investimentos sobre o mesmo período (que passariam a 7 bilhões de euros contra os 12 bilhões atuais) e cessões de ativos.
 

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