Carlos, o Chacal, diz ter participado de uma centena de ações armadas

O terrorista venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, também conhecido como "Carlos, o Chacal", disse ontem no tribunal onde esta sendo julgado, em Paris, ter participado numa centena de ações armadas entre 1971 e 1976.

O terrorista "Carlos, o Chacal", que está sendo julgado em Paris. REUTERS/Reuters Tv/Files

Carlos comparece a um Tribunal especial, em Paris, desde segunda-feira, onde responde por quatro atentados cometidos entre 1982 e 1983, que mataram 11 pessoas e feriram 140.

Ele não deu detalhes sobre nenhuma das operações, e limitou-se a dizer que os atos não foram apenas em nome da Frente Popular de Libertação da Palestina, causa que ele defendia. O Chacal indicou ter pertencido à organização até 1976, quando formalizou na capital argelina a criação da Organização de Revolucionários Internacionalistas, da qual foi um dos seis membros fundadores e o dirigente mais conhecido.

Durante a sessão, dedicada ao exame da personalidade dele, "Carlos" declarou-se "emotivo", mas sublinhou, que quando está em combate, tem "sangue frio". O acusado ainda disse que tem quatro filhos, de mulheres diferentes, embora só tenha reconhecido formalmente um deles. Ele afirmou que, devido às suas atividades políticas, não foi um bom pai ou um bom marido. Conforme o venezuelano, a família “pagou o preço do seu engajamento revolucionário”.

O homem até hoje não se divorciou da alemã Magdalena Koop, com quem não vive mais desde 1992, um ano depois de terem formalizado a união. A mulher escreveu um livro sobre o relacionamento, no qual escreve que ex-marido era machista e possessivo.

Ao se separar de Magdalena, Chacal se casou em uma cerimônia religiosa com uma militante palestina, e desde 2001, quando já estava preso, ele mantém uma relação com sua advogada francesa, Isabelle Coutant-Peyre.