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30 líderes internacionais irão a enterro de Jacques Chirac; Brasil envia embaixador

Pelo menos 30 chefes de Estado e de Governo já confirmaram presença na homenagem que será feita na segunda-feira (30) ao ex-presidente francês, Jacques Chirac, morto na quinta (26). O palácio do Eliseu informou que os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, da Itália, Sergio Mattarella, e da Hungria, Viktor Orban, são alguns dos que estarão presentes, além dos líderes do Líbano e do Congo, entre outros.

Livro de condolências em homenagem a Jacques Chirac está à disposição dos franceses no palácio do Eliseu.
Livro de condolências em homenagem a Jacques Chirac está à disposição dos franceses no palácio do Eliseu. DOMINIQUE FAGET / AFP
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O embaixador do Brasil em Paris, Luís Fernando Serra, será o representante de Brasília na cerimônia, que ocorrerá na igreja de Saint-Sulpice, na capital francesa. O presidente Emmanuel Macron vai recepcionar os líderes estrangeiros, mas não deve discursar. Alguns foram convidados para um almoço no Eliseu, informou a sede da presidência, sem dar mais detalhes.

Ex-dirigentes contemporâneos à presidência de Chirac, como o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder e o ex-premiê espanhol Jose Luis Rodriguez Zapatero se deslocarão a Paris para a ocasião.

Enterro na segunda-feira

Na sequência, enterro acontecerá no cemitério de Montparnasse, em uma solenidade reservada para a família e convidados.  A segunda-feira será de luto nacional na França, uma distinção rara no país.

O fim de semana é marcado pelas homenagens dos franceses ao ex-presidente, que faleceu aos 86 anos, vítima de uma doença degenerativa. Milhares de pessoas se deslocam ao palácio do Eliseu para assinar o livro de condolências da morte do líder conservador. Neste domingo (29), o corpo de Chirac, que foi presidente por dois mandatos, duas vezes primeiro-ministro e prefeito de Paris, será exposto ao público, no palácio dos Inválidos.

Luto nacional

Poucos políticos deixaram um legado tão conciliador quanto Jacques Chirac, que sempre foi um homem de direita, mas era um humanista. Um ponto alto dos seus governos foi quando se opôs à guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, em 2003, um momento marcante da diplomacia francesa. Também foi ele o primeiro a reconhecer a responsabilidade do Estado francês na deportação de judeus para os campos de concentração. Chirac tinha uma habilidade em avançar nas pautas conservadoras, ao mesmo tempo em que dialogava bem com a oposição – era bastante próximo do ex-presidente socialista François Hollande, por exemplo.

Franceses homenageiam ex-presidente Jacques Chirac em Nice, em 27/09/2019.
Franceses homenageiam ex-presidente Jacques Chirac em Nice, em 27/09/2019. REUTERS/Eric Gaillard

Os dois vinham da mesma cidade, Corrèzes, e essa origem no interior da França foi transformada em um dos maiores trunfos políticos de Chirac, que adorava as tradições francesas e era uma assíduo frequentador de feiras agrícolas e de alimentação. O habito fez com que, até hoje, nenhum político tenha sido tão próximo do povo francês quanto ele.

Fim de vida debilitado

Já fazia muitos anos que o ex-presidente conservador não aparecia em público. A última vez em que participou de uma cerimônia foi em 2014. A doença degenerativa que ele possuía começou a ser percebida há cerca de 10 anos e afetava não só a locomoção como, principalmente, a saúde mental de Chirac. Nos últimos anos de vida, ele já não reconhecia a maioria das pessoas.

Chirac entrou na política nos anos 1960, como deputado conservador, e se tornou primeiro-ministro pela primeira vez em 1974. Ele voltou a ocupar o cargo de premiê no governo do socialista François Mitterrand, nos anos 1980, até que foi eleito presidente em 1995. A reeleição dele, em 2002, marcou a história da política francesa: foi quando a extrema direita foi, pela primeira vez, para o segundo turno em uma eleição na França, com Jean-Marie Le Pen.

Chirac deixou o poder em 2007, cedendo espaço para o seu sucessor, Nicolas Sarkozy. Entretanto, anos depois, se tornou o primeiro presidente francês a ser condenado pela Justiça. Foi em 2011, a uma sentença de dois anos de prisão em regime de liberdade condicional. Os crimes se referiam a desvio de dinheiro para a campanha eleitoral quando ele concorria à prefeitura de Paris.

Com informações da AFP

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