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França/desigualdade

França quer reduzir "desigualdade do destino" na primeira infância

O jornal Le Figaro destaca o projeto do governo francês que visa reduzir a chamada “desigualdade no nascimento”. As medidas devem ser apresentadas nesta quinta-feira (19) pelo presidente Emmanuel Macron e o secretário de Estado da Proteção à Infância, Adrien Taquet.

Para lutar contra as "desigualdades sociais", o Estado quer intervir nos primeiros 1000 dias da criança.
Para lutar contra as "desigualdades sociais", o Estado quer intervir nos primeiros 1000 dias da criança. sathyatripodi /Pixabay
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Segundo o Le Figaro, o Executivo vai apresentar uma comissão científica presidida pelo neuropsiquiatra francês Boris Cyrulnilk, encarregado de elaborar um plano dedicado aos mil primeiros dias das crianças francesas.

O objetivo, diz Taquet, é lutar contra as desigualdades em um período considerado crucial para a vida das crianças, oferecendo um acompanhamento aos pais e bebês a partir do quarto mês de gravidez até os dois anos e meio de idade.

O governo francês espera, dessa maneira, lutar contra o déficit no vocabulário, que se manifesta desde cedo entre as crianças de classes mais baixas. De acordo com o Le Figaro, citando a presidência francesa, o governo pretende "responder a uma reivindicação dos pais com informações científicas."

Durante muito tempo, acreditou-se que os primeiros anos da vida de um bebê pertenciam à chamada “esfera privada.” Hoje, os cientistas sabem que a questão deve integrar as políticas públicas, para favorecer a igualdade no desenvolvimento de crianças pequenas independentemente de suas classes sociais.

Menos tela e açúcar

Algumas prioridades serão analisadas por uma comissão de 17 cientistas da primeira infância. Entre elas estão a elaboração de um conjunto de regras e  o acompanhamento dos pais para que elas possam ser aplicadas. O governo também pretende rever a licença maternidade e o acesso a creches e outras estruturas ou soluções para facilitar o retorno das mães ou pais ao mercado de trabalho.

Segundo o diário, o secretário de Estado francês quer se encontrar com pais e profissionais da área. Várias questões já vieram à tona: o aleitamento materno, o excesso de exposição às telas, o papel do pai na família, a nutrição, a prevenção contra os disruptores endócrinos, a prematuridade ou a deficiência física.

De acordo com o governo francês, a ideia é transmitir informações científicas válidas e ajudar pais que na maioria das vezes buscam respostas para suas questões na internet. Para isso, o Executivo deve criar um aplicativo que facilite a divulgação das informações. Para as crianças menores de três anos, a França vai se inspirar no modelo finlandês, que promove visitas a domicílio para detectar problemas familiares.

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