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França/ eleições

Pesquisas indicam fiasco de candidatos “coletes amarelos” nas eleições europeias

Os manifestantes franceses coletes amarelos voltaram às ruas do país neste sábado (11), pela 26ª semana. Porém, o movimento se mostra enfraquecido – não só nas ruas, como na política. As pesquisas de opinião para as eleições europeias indicam que o movimento não conquista os eleitores franceses: os “coletes amarelos” despencaram de 8% para 2% nas intenções de voto, entre dezembro e maio.

Cantor Francis Lalanne comanda uma lista para as eleições europeias que não decolou, segundo as pesquisas.
Cantor Francis Lalanne comanda uma lista para as eleições europeias que não decolou, segundo as pesquisas. ERIC FEFERBERG/AFP
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Apesar de picos efêmeros de participação nos protestos, como em 1º de Maio, as manifestações dos “coletes amarelos” estão enfraquecidas. Na semana passada, ocorreu a mais fraca mobilização desde o início do movimento, há quase seis meses. E, neste sábado, 18,6 mil pessoas estavam nas ruas de toda a França, segundo contagem do Ministério do Interior.

Os protestos se concentraram no interior, em Lyon e Nantes, onde houve confrontos com a polícia. Em Paris, apenas 1,2 mil pessoas participaram do ato.

Queda nas pesquisas 

A duas semanas das eleições europeias, que vão renovar o Parlamento europeu, as pesquisas indicam baixas intenções de voto nas listas que se reivindicam “coletes amarelos”. Em dezembro e janeiro, pico do movimento e quando uma candidatura do grupo era hipotética, eles obtinham entre 7,5% e 8% da confiança dos eleitores, conforme os institutos Ipsos e Odexa, respectivamente.

Ao mesmo tempo, os eleitores que diziam querer votar na lista do partido do presidente Emmanuel Macron representavam 19%, um dos piores resultados verificados até o momento.

Entretanto, desde fevereiro, a atratividade dos “coletes amarelos” só caiu, passando de 4,5% para cerca de 2% nas últimas três semanas. Duas das 34 listas que disputam o voto dos franceses nas eleições europeias afirmam ser de “coletes amarelos”. A “Aliança amarela”, comandada pelo cantor Francis Lalanne, tem 1,5% das intenções de voto, conforme o instituto Ifop, enquanto a “Evolução cidadã”, de Christophe Chalençon, não sai de 0%.

Volta à política

“A crise dos ‘coletes amarelos’ teve efeitos políticos que não vão se traduzir em voto, mas sim numa ‘repolitização’, ou seja, no retorno da militância daqueles que tinham se afastado da política”, avalia a cientista política Anne Jadot, professora convidada da Universidade de Lorraine. Ela lembra que os “coletes amarelos” não se animaram a participar dos debates nacionais promovidos por Macron em todo o país para ouvir os anseios da população francesa, de janeiro a março.

Além das duas candidaturas próprias, movimentos de “coletes amarelos” acabaram se unindo a partidos de extrema-direita. Foi o caso do “Amarelos e Cidadãos”, que apoiou o Patriotas, fundado pelo ex-aliado de Marine Le Pen Florian Philippot, e de Benjamin Cauchy, que está em nono lugar na lista “França De Pé”, conduzida por Nicolas Dupont-Aignan, um antigo político de segundo plano da extrema-direita francesa.

Apesar da entrada na política de alguns personagens do movimento, que se diz sem liderança, o surgimento dos “coletes amarelos” não parece ter motivado os franceses a participar mais das eleições europeias, uma votação tradicionalmente esnobada no país. A expectativa de participação é de 42%, conforme o Ifop – um número idêntico ao registrado nas últimas eleições, em 2014, quando 42,43% dos franceses compareceram às urnas.

Com informações da AFP

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