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Toulouse/Bexiga

Festival de Toulouse : filme sobre menina de cortiço traz complexidade do Brasil

O filme “Helen”, primeiro longa-metragem de André Meirelles Collazzi, é sobre uma menina de nove anos, que mora num cortiço com a avô no popular bairro do Bexiga, perto da avenida Paulista, em São Paulo. O longa, em fase de finalização, foi apresentado no programa “Cinema em Construção”, do Festival Cinélatino, de Toulouse.

Cena de "Helen", filme de André Meirelles Collazzi.
Cena de "Helen", filme de André Meirelles Collazzi. Divulgação
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Enviada especial a Toulouse

“É um projeto antigo, sobre a Helen de verdade, que hoje tem 19 anos. No filme, com nove anos, ela quer comprar um estojo de maquiagem para a avó de aniversário, e, através desse conflito simples, tento abordar a complexidade de questões políticas e sociais no bairro, no país, a partir de uma população que carece de direitos básicos como saúde, moradia, educação”, conta Collazzi.

Filmes quase prontos

 “Helen” foi escolhido ao lado de outros cinco filmes- foram 168 candidatos - em fase de acabamento, ou seja, que precisam de um último empurrãozinho antes do lançamento. O festival de Toulouse coloca os cineastas em contato direto com produtores, distribuidores, programadores de festivais, agentes de vendas e exploradores, principalmente na Europa.

“Já filmamos tudo, temos praticamente o corte final, falta ajustar algumas coisas no som e cores. Este festival é uma bela vitrine para conseguir apoios importantes”, disse André à RFI.

Helen é vivida por Thalita Machado, que o diretor encontrou ao testar mais de 400 meninas que estudam nas escolas públicas da região do Bexiga. “É uma menina muito especial, já era uma atriz, só que ela não sabia”, brinca André. O elenco traz também a premiada Marcélia Cartaxo, Urso de Prata em Berlim, e Tony Tornado, que, apesar dos 88 anos, foi uma presença de muito energia no set, segundo o diretor.

Brasil tem indústria cinematográfica forte

A respeito dos sustos que o novo governo vem trazendo ao setor cultural, Collazzi espera que o cinema fique imune. “O cinema no Brasil é uma indústria muito forte, que gera muitos empregos. Mudar isso seria um retrocesso violento. Estamos apreensivos, pois é um governo incontrolável e meio esquizofrênico, mas confiamos em que eles vão ter a lucidez de ver que é um setor absolutamente importante para o país, que vem aumentando a produção a cada ano, com mais de 160 lançamentos”, explica o cineasta.

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