Chef de primeiro restaurante sem glúten premiado por Guia Michelin é destaque no Goût de France 2019
Química de formação, a chef Nadia Sammut dirige a cozinha do Auberge La Fenière, o primeiro restaurante sem glúten a receber uma estrela do prestigioso Guia Michelin. Localizado no sul da França, seu menu provençal reúne ingredientes mediterrâneos. Ela é um dos destaques do evento Goût de France, que se destina a promover a gastronomia e a cozinha francesa em todo o mundo e reúne mais de cinco mil chefs, com banquetes, ateliês de culinária e diversas atividades em torno da comida francesa. Em 2019, a convidada de honra é a famosa região francesa de Provence.
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Para a chef Nadia Sammut, a tradição recuperada pelo Goût de France serve não só para divulgar a gastronomia nos cinco continentes, mas também para informar os próprios franceses sobre o que vem sendo produzido por seus especialistas.
A organização do evento propõe uma série de “jantares à francesa”, um conceito que Sammut desenvolve com conhecimento de causa. “Tem a ver com nosso savoir-faire culinário, com técnicas de ponta. Este ano destacamos a cozinha do interior da França, de um ponto de vista da sustentabilidade e da responsabilidade ecológica”, conta.
Sammut explica que cada cozinha possui seu próprio terroir e é influenciada pela região em que se encontra. “Trabalhamos com os produtos que encontramos perto de nós. A cozinha provençal valoriza muito esta técnica. É uma cozinha de acento mediterrâneo, talvez mesmo uma cozinha do mar, mas também da terra firme, estou no coração do Luberon, no coração de Provence, estou a apenas 60km do mar”, relata. “Cozinho peixes, mas também tudo que cultivo no quintal. A cozinha provençal é isso, é uma cozinha à base de azeite, açafrão, hortaliças, mas é acima de tudo uma cozinha responsável, que trabalha com produtos que estão ao lado”, diz.
Para o Goût de France 2019, Nadia imaginou um jantar diferente, em parceria com o Colégio Culinário da França e três de seus fornecedores habituais. “Vamos mostrar aos visitantes e clientes a maneira que cada um tem de produzir e criar seus rebanhos. Um deles têm uma criação de porcos húngaros do tipo Mangalica, é um porco peludo, parece um carneiro”, conta. “Vou cozinhá-lo, mas vou também apresentar o azeite produzido artesanalmente num vilarejo ao lado, onde existe também um grande trabalho de respeito à terra. Vou também trabalhar com aspargos, porque é a época propícia para fazê-lo”, diz a chef.
Cozinha sem glúten pode ser saborosa
Especializada em pratos sem glúten, a chef acredita que “comer deve continuar sendo um prazer, antes de tudo”. “Há a mesa posta, a arte da convivência à mesa, a importância de compartilhar a refeição, mas também a qualidade dos produtos, como o grão de bico da minha região e o arroz de Camargue, que utilizarei durante o jantar especial do Goût de France”, afirma Sammut.
Para ela, uma cozinha responsável traz, acima de tudo, um “conjunto de boas práticas”. “É muito importante o respeito ao meio ambiente. Nem sempre é fácil. Criei uma plataforma de agricultores, e visito-os pessoalmente para buscar, todos os dias ou semanas, os produtos de que preciso. O objetivo é conhecer a traçabilidade desses produtos e ter certeza que trabalhamos com pessoas que são corretas em seu terroir. Evitamos também o desperdício e levamos sempre em conta, acima de tudo, a saúde de nosso consumidor”, diz.
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