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Atos antissemitas aumentaram 74% na França em 2018

Depois de um fim de semana em que várias inscrições antissemitas foram descobertas em Paris, o ministro do Interior francês revelou a ocorrência de um aumento de 74% dos atos contra judeus no país, no ano passado. Segundo Christophe Castaner, 541 ocorrências foram registradas em 2018, contra 311 no ano anterior.

França registra aumento de 74 % nos atos antissemitas em 2018
França registra aumento de 74 % nos atos antissemitas em 2018 Captura de vídeo
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"O antissemitismo se espalha como um veneno, como um fel", disse o ministro na noite dessa segunda-feira (11), em Sainte-Geneviève-des-Bois, localidade onde Ilan Halimi, um jovem judeu de 23 anos, foi sequestrado e torturado a morte pela chamada “gangue dos bárbaros”, em fevereiro de 2006.

O antissemitismo "ataca, apodrece os espíritos e assassina", completou Castaner.

Memória vandalizada

Uma árvore plantada em memória de Ilan Halimi foi encontrada serrada na cidade localizada no departamento de Essonne, ao sul da capital, dois dias antes de uma cerimônia para comemorar o 13º aniversário de sua morte.

Em outro ato de vandalismo, uma cruz nazista foi pintada sobre ilustrações da ex-ministra francesa Simone Veil, sobrevivente dos campos de concentração. Figura mítica na França e defensora dos direitos das mulheres, Veil está sepultada no Panteão de Paris. Os dois retratos dela, desenhados pelo artista C215 em caixas de correio localizadas na fachada da prefeitura do décimo terceiro distrito da capital, estavam cobertos com uma suástica.

Na manhã de sábado, a gerência do restaurante Bagelstein, localizado na ilha de Saint-Louis, no coração da capital francesa, encontraram uma inscrição "Juden" ("judeus" em alemão) escrita em letras amarelas, a cor da estrela que os judeus foram forçados a usar durante a ocupação nazista. Gilles Abecassis, cofundador da cadeia de lanchonetes, disse que outros restaurantes de sua marca foram alvo de inscrições antissemitas.

O Ministério Público de Paris abriu quatro investigações para apurar os responsáveis pelos atos criminosos.

Reações

Nas redes sociais, várias autoridades francesas reagiram. "Nunca cederemos ao antissemitismo, diante daqueles que, por ódio e ignorância, sujam a República", afirmou o ministro da Cultura, Franck Riester, em seu Twitter.

"Inscrições antissemitas causam náusea no centro de Paris, quando o ódio aos judeus se sobrepõe ao ódio à democracia e o vocabulário da # fachosfera toma as paredes!", lamentou em um tweet Frédéric Potier, delegado interministerial na luta contra o racismo, o antissemitismo e o ódio anti­-LGBT.

"Diante dos maus ventos do antissemitismo, a República fará um bloco, é sua honra, é seu dever", twittou o secretário de Estado Laurent Nuñez.

A ministra da Justiça, Nicole Belloubet, também compartilhou no Twitter sua "tristeza, raiva e consternação", evocando uma "covardia intolerável".

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