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Extrema direita/França

Extrema direita da França aposta em “coletes amarelos” e sai na frente nas eleições europeias

O partido Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen [ex-Frente Nacional, Front National (FN)] lançou neste domingo (13) sua campanha para as eleições europeias, apostando todas as fichas na raiva dos "coletes amarelos" contra o presidente francês Emmanuel Macron, e no impulso demonstrado pelo tsunami populista na Europa, na esperança de repetir a vitória eleitoral de 2014.

Marine Le Pen, do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), lança campanha destinada às eleições europeias na França.
Marine Le Pen, do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), lança campanha destinada às eleições europeias na França. REUTERS/Christian Hartmann
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Marine Le Pen, candidata finalista da extrema direita à eleição presidencial francesa de 2017, revelou na tarde deste domingo (13) uma parte da lista de candidatos que será liderada por um político muito jovem, Jordan Bardella, 23, um fiel apoiador de longa data da francesa.

Creditado com até 24% dos votos, à frente até do partido República em Marcha (LREM), do presidente Emmanuel Macron, "a RN tem uma grande avenida escancarada em sua frente", analisou o sociólogo Sylvain Crépon.

O novo partido de extrema direita da França não para de subir nas pesquisas e tornou-se, segundo uma pesquisa da Ifop, aquele que "melhor encarna a oposição", ao chefe de Estado, em grande dificuldade por causa da pressão dos “coletes amarelos” que denunciam a política tributária e social do governo. O RN também se beneficia do mau estado dos outros partidos tradicionais.

Desconfiança com partidos tradicionais

Além disso, os eleitores em todo o continente europeu estão cada vez mais desconfiados de partidos tradicionais do poder. O Brexit gera enorme turbulência também em toda a Europa, um continente que luta para lidar de forma consistente com a pressão migratória.

"No contexto da revolta saudável dos ‘coletes amarelos’, as eleições europeias serão uma oportunidade para resolver a crise política nascida da cegueira, da intransigência e do desprezo de classe, da espoliação fiscal", declarou Marine Le Pen na frente de cerca de 2.000 apoiadores em Paris.

O partido de extrema direita de Le Pen parece ser um daqueles que melhor podem se beneficiar dessa revolta, mesmo se o movimento dos "coletes amarelos", nascido fora de toda a esfera política tradicional, não é estruturado politicamente e é caracterizado principalmente por sua rejeição a estruturas de poder como um todo, como partidos e sindicatos. Le Pen adotou até agora uma posição cautelosa em relação ao movimento, evitando tentar se aproveitar abertamente da ira dos franceses.

"Nós temos quatro meses para fazer campanha para transformar essa revolta popular em uma revolução do bom senso", disse o jovem Bardella, durante um discurso no qual também denunciou a política migratória da França, um dos temas favoritos do RN.

Fora da França, o presidente Emmanuel Macron é muitas vezes apresentado como o rosto do liberalismo político face a líderes populistas antiliberais como Viktor Orban, na Hungria, ou Luigi Di Maio e Matteo Salvini, que dirigem a coalizão governista na Itália.

 

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