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“Coletes amarelos” publicam carta aberta a Macron às vésperas de novos protestos

Após as festas de fim de ano, os ”coletes amarelos” vão continuar protestando. Nesta semana, a página no Facebook “França com raiva”, que reúne 300.000 pessoas, publicou uma carta em nome do movimento ao presidente francês, Emmanuel Macron. Nela, os manifestantes prometem que o sentimento será de “ódio” se não forem ouvidos.

"Coletes amarelos" na avenida Champs-Elysées no dia 31 de dezembro, em Paris
"Coletes amarelos" na avenida Champs-Elysées no dia 31 de dezembro, em Paris reuters
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A carta deve ser lida neste sábado (5) em frente ao prédio da prefeitura de Paris, o Hôtel de Ville, no ato VIII do movimento. O “França com raiva” fez um apelo para uma mobilização neste mesmo ponto da cidade e, em seguida, uma marcha até a Assembleia Nacional.

O tom do documento é intenso. “A raiva vai se transformar em ódio se você e seus pares, do alto de seus pedestais, continuarem a considerar o povinho como miseráveis sem dentes, pessoas que não significam nada”, diz a carta, uma espécie de resposta aos votos de Ano Novo do presidente francês, no dia 31 de dezembro passado.

O chefe de Estado fez críticas às pessoas que “fingem falar em nome do povo” mas que são “porta-vozes de uma multidão odiosa”. “Você denuncia excessos e confusões? Você estava sem dúvida falando dos abusos de suas forças de ordem contra os cidadãos”, respondem os manifestantes.

Mas nem todo mundo concordou com o conteúdo e o teor do documento. O usuário do Facebook, Nitram Quecir, disse que os “coletes amarelos” não representam “o povo francês”. “Vocês são uma parcela marginal que decidiu desafiar a República e suas instituições. Vocês são menos do que 0,5% da população, portanto não falem em nome de 99,5% dos franceses”, afirmou num comentário da publicação da página na rede social. “Antes de enviar uma carta ao presidente, seria preciso corrigir os erros de francês”, declarou Xavier Brossier.

Várias outras regiões devem contar com protestos. Nas redes sociais, os manifestantes fizeram apelo para que a mobilização continue em Lyon, Bordeaux, Estrasburgo, Besançon, Clermont-Ferrand ou Nice. Em Toulouse, a final da Copa da França, inicialmente prevista para sábado (5) à tarde, foi adiada. O prefeito da cidade, Kean-Luc Moudenc, lamentou a organização de mais uma manifestação suscetível de “abrir as portas para a violência”.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, pediu a “liberação completa e definitiva” de rotatórias ocupadas. Mas alguns “coletes amarelos” decidiram até comemorar o Ano Novo em acampamentos e em bloqueios de rodovias.

Diminuição de taxas ainda está na pauta

Uma outra reivindicação dos “coletes amarelos”, também evidenciada na carta aberta a Macron, é uma “mudança de atitude” do presidente. Os manifestantes dizem desconfiar da “aplicação do plano de consulta nacional” e estimam que o “grande debate nacional” é uma armadilha política para tentar afundar um assunto “que assusta”.

Os “coletes amarelos” também falam de “diminuição significativa de todas as taxas e impostos sobre os produtos de primeira necessidade” e de “todos os salários e aposentadorias de altos funcionários do Estado”.

Por fim, os manifestantes exigem que Emmanuel Macron encontre “uma personalidade respeitável que não tenha sido alvo de investigações judiciárias” para iniciar as “discussões sobre o retorno da soberania do povo na França”. “Apesar de seus esforços, nós estamos resignados, nós nos unimos, podemos fazer melhor e faremos melhor. E, sim, iremos mais longe”, disseram os "coletes amarelos".

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