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França / Coletes Amarelos

“Coletes amarelos” podem voltar a ganhar força após prisão de líder emblemático

"Desprezo", "abuso de poder" ou ainda "escândalo". Esses são os termos usados por políticos da oposição, tanto da direita como da esquerda, após a prisão, em Paris, de Eric Drouet, uma das figuras emblemáticas dos “coletes amarelos”. A detenção provocou uma onda de indignação na França e pode reacender a mobilização que vinha perdendo força nas últimas semanas.  

Eric Drouet, um dos líderes dos "coletes amarelos". 03/01/2019
Eric Drouet, um dos líderes dos "coletes amarelos". 03/01/2019 Bertrand GUAY / AFP
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Ouvido pela polícia até a tarde desta quinta-feira (3), acusado de “organizar uma manifestação sem aviso prévio”, este caminhoneiro de 33 anos, figura controversa do movimento, havia sido detido na noite de ontem, próximo à avenida Champs-Elysées. “Tudo que está acontecendo aqui é político, até a forma como eles me prenderam”, declarou Eric Drouet à imprensa no momento em que foi liberado.

Ele afirmou que no dia anterior, estava somente indo encontrar outros “coletes amarelos” para “jantar em um restaurante”. “Querem nos responsabilizar por algo que não fizemos”, afirmou.

“Meu cliente está livre hoje, após uma operação que nada tem a ver com a justiça, uma ação da polícia puramente política”, comentou Lara Kheops, advogada de Eric Drouet, que denunciou um ato “totalmente arbitrário” das forças de segurança.

"Abuso de poder"

Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita Agrupamento Nacional (RN), denunciou pelo Twitter a repressão levada a cabo pelo governo: “A agressividade do presidente durante sua mensagem de fim de ano e a violação sistemática dos direitos políticos de seus adversários mostram um lado terrivelmente preocupante de Emmanuel Macron”.

“Abuso de poder. Temos agora uma polícia política que está perseguindo e provocando os líderes do movimento dos ‘coletes amarelos’”, escreveu no Twitter Jean-Luc Mélenchon, chefe do partido de extrema esquerda A França Insubmissa.

Falando do “amadorismo” do governo, o presidente do Centro, Hervé Morin, ressaltou que era preciso “sair da arrogância e do desprezo” com relação aos “coletes amarelos”, que estão mobilizados em toda França há ume mês e meio contra a política fiscal e social de Emmanuel Macron.

Drouet já havia sido detido em 22 de dezembro durante o sexto sábado consecutivo de manifestações em Paris por "carregar uma arma proibida" - um pedaço de pau - e será julgado por essa ofensa em 5 de junho.

Novas manifestações

Iniciada em 17 de novembro, a mobilização perdeu força nas últimas semanas, mas novos apelos para manifestações no próximo sábado (5), em Paris e em outras cidades, foram lançados nas redes sociais.

A maioria dos franceses (55%) querem que o movimento dos “coletes amarelos” continue, segundo uma pesquisa do instituto Odoxa Dentsu publicado nesta quinta-feira.

Esse estudo mostra que o aumento do poder de compra está no topo das preocupações da população, seguido pela vontade de ver a “diminuição da pobreza e da precariedade na França”, “a queda dos impostos e das taxas”, e, por fim, a “queda do desemprego”.

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