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França/Migrantes

Manifesto de personalidades francesas chama de "ilusória" a luta contra a migração

150 personalidades francesas, entre artistas e militantes, julgam ilusório querer conter ou interromper o fluxo migratório e fazem apelo para combater o crescimento da extrema-direita.

Site Mediapart publica manifesto de 150 personalidades francesas a favor dos migrantes, 26 de setembro 2018
Site Mediapart publica manifesto de 150 personalidades francesas a favor dos migrantes, 26 de setembro 2018 Fotomontagem RFI
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“Em todos os cantos da Europa, a extrema-direita cresce, com o fervor pela igualdade sendo trocado por uma obsessão pela identidade. O medo de não estar mais 'em sua própria casa' esmaga o sentimento de solidariedade e do 'viver bem, juntos'", escrevem os signatários, entre eles o economista Thomas Piketty, que se tornou o autor mais lido da história da economia com seu livro “O Capital no Século XXI”.

“Nós não aceitamos essa situação. As raízes do mal contemporâneo não estão no movimento dos seres humanos, mas na sede pelo poder, no domínio do mundo financeiro e na surdez dos tecnocratas”, ressalta o texto. “É ilusão achar que poderemos conter os fluxos migratórios. Acreditando nisso, acabamos sempre escolhendo a pior solução”, diz o manifesto publicado pelo site Mediapart. “Não podemos ceder a essas ideias, que a extrema-direita impôs, que a direita apoiou e que atraem até parte da esquerda”, ressaltam os autores do texto.

“Não baixaremos a cabeça”

“Nós, intelectuais, criadores, militantes, sindicalistas e, antes de tudo, cidadãos, afirmamos que não baixaremos a cabeça. A liberdade de circulação e a igualdade dos direitos sociais para os imigrantes presentes nos países que os acolheram são direitos fundamentais da humanidade. ”

O presidente francês Emmanuel Macron, que prometeu uma “reforma completa” da política migratória no país, defende desde sua eleição uma linha “dura” que prevê “a expulsão” dos que não têm direito ao asilo, mas sempre garantindo um “acolhimento digno” das pessoas que aguardam uma decisão.

Linha humanitária está ficando em segundo plano

Diversas associações e a esquerda acusam regularmente o poder executivo de privilegiar a linha da segurança, deixando em segundo plano a questão humanitária. Também denunciam o fato de a gestão de Emmanuel Macron ir além do que foi feito durante a presidência de Nicolas Sarkozy, que até então era vista como a mais dura nessa questão.

Interrogado nesta terça-feira (25) na ONU sobre a França negar o recebimento do navio humanitário Aquarius, Macron alegou a necessidade de proteger o direito internacional frente às provocações políticas e de não querer reforçar a extrema-direita abrindo as portas do país.

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