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Venezuela

Falta pouco para crise migratória na América Latina ficar tão grave quanto na Europa

O diário econômico francês Les Echos destaca nesta quinta-feira (30) que a crise migratória na América Latina, deflagrada pelo êxodo dos venezuelanos, ficará em pouco tempo tão grave quanto na Europa.

A crise migratória na América Latina é destaque do jornal Les Echos nesta quinta-feira.
A crise migratória na América Latina é destaque do jornal Les Echos nesta quinta-feira. Fotomontagem RFI
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Para o jornal, um dos sinais da complexidade da situação é o fato de o presidente Michel Temer ter ordenado o envio das Forças Armadas ao estado de Roraima e estar estudando a distribuição de senhas para limitar o fluxo de migrantes.

Les Echos reproduz os comentários feitos nessa quarta-feira (29) pelo presidente Temer sobre a crise que impacta Brasil, Colômbia, Equador e Peru. Os leitores franceses ficam sabendo que militares foram enviados a Roraima "para garantir a lei e a ordem" até 12 de setembro.

Ontem, Temer disse que o êxodo dos venezuelanos "ameaça a harmonia de quase toda a América do Sul". O presidente criticou o líder venezuelano, Nicolás Maduro, lembrando que o Brasil respeita a soberania dos Estados, mas "só pode ser considerado soberano um país que respeita e cuida de sua população", enfatizou. Temer pede à comunidade internacional que exerça pressão diplomática sobre Caracas, destaca Les Echos, num apelo semelhante ao feito pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro.

Falta leite para os bebês na Venezuela, diz Le Parisien

Segundo Les Echos, a migração em quatro anos de 2,3 milhões de venezuelanos para países vizinhos só pode ser comparada atualmente, guardadas as proporções de violência, com o que acontece na Síria, no Sudão ou no Afeganistão. O povo venezuelano passa fome, o comércio está vazio, a distribuição de eletricidade e água sofre cortes frequentes, uma situação paradoxal em se tratando do país com as maiores reservas de petróleo do mundo, observa Les Echos.

Le Parisien diz que os venezuelanos estão encurralados. "Não tem mais frango, carne, ovos nem leite para alimentar os bebês na Venezuela", explica a reportagem. "Falta quase tudo, inclusive dinheiro e remédios." A situação só não é mais dramática, porque o país tem petróleo. Le Parisien também destaca a fala do presidente Michel Temer que descreveu a situação dos migrantes como "uma tragédia".

Crescem os pedidos de asilo na França

Na França, a imigração também é uma preocupação. Em sua edição de hoje, Le Figaro destaca que o número de pedidos de asilo aumentou em mais de 17% desde janeiro. Entre os mais numerosos a bater na porta nos últimos meses estão migrantes vindos da Albânia, Costa do Marfim, Guiné, Geórgia e Armênia, países considerados "seguros" ou em situação de paz, o que, em princípio, é razão suficiente para rejeitar as solicitações de asilo.

No entanto, enquanto a administração francesa examina a papelada do requerente, que não deveria sequer ser aceita, destaca o jornal, as pessoas desaparecem do radar das autoridades. Isso revela a incapacidade do governo de acompanhar o retorno desses migrantes aos seus países de origem. Le Figaro defende uma revisão completa da política de imigração na França.

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